Ao mesmo tempo que os certificados de aforro vêm suscitando menos interesse aos cidadãos, os depósitos estão a conseguir recuperar. Em julho, as aplicações feitas nos bancos a operar em Portugal voltaram a crescer em relação ao mês anterior, pelo segundo mês consecutivo.
No fim de dezembro, os bancos tinham um volume de depósitos de 182,4 mil milhões de euros, mas a partir daí houve uma retirada por parte dos clientes: não só para utilizar em amortização de créditos, mas também na busca por melhores alternativas. Vários bancos decidiram não aumentar a remuneração dos clientes, ao atrasarem-se na subida de juros, e conseguiram, assim, ter os melhores resultados semestrais em mais de dez anos.
Nos primeiros cinco meses deste ano foram retirados 8,77 mil milhões de euros, com o montante mais baixo de depósitos a ser registado em maio.
Só que desde essa altura que tem havido uma recuperação; não só os bancos começaram a subir os juros dos novos depósitos (ainda que lentamente), como o Governo reduziu a atratividade dos certificados de aforro ao baixar a sua remuneração. E, assim, nos últimos dois meses, houve uma subida nos depósitos.
“No final de julho de 2023, o stock de depósitos de particulares nos bancos residentes totalizava 176,2 mil milhões de euros”, segundo o comunicado divulgado pelo Banco de Portugal esta segunda-feira, 28 de agosto.
Quer isto dizer que, desde o valor mais baixo, já houve um novo crescimento de 2,5 mil milhões de euros, o que significa que cerca de 30% dos depósitos perdidos já foram recuperados. As taxas de juro dos novos depósitos do mês de julho serão divulgadas só na próxima sexta-feira.
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