Estados Unidos e China chegam a acordo sobre o TikTok. Ou, para Trump, “uma certa empresa que os jovens queriam salvar”
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Sem referir o nome do TikTok, Trump escreveu nas redes sociais que a reunião em Madrid terminou com um acordo relacionado com "uma certa empresa que os jovens queriam salvar”. "A grande reunião comercial na Europa entre os Estados Unidos e a China correu muito bem", escreveu Trump na sua plataforma Truth Social
Representantes comerciais norte-americanos e chineses reunidos em Madrid alcançaram hoje um acordo sobre a rede social TikTok, anunciou o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Sem referir o nome do TikTok, Trump escreveu nas redes sociais que a reunião em Madrid terminou com um acordo relacionado com "uma certa empresa que os jovens queriam salvar".
"A grande reunião comercial na Europa entre os Estados Unidos e a China correu muito bem", escreveu Trump na sua plataforma Truth Social.
Anthony Kwan
Telefone com Xi Jinping na sexta
Trump adiantou que vai falar ao telefone com o Presidente chinês, Xi Jinping, sobre o acordo na sexta-feira. "A relação continua forte!", acrescentou, citado pela agência de notícias espanhola Europa Press.
A delegação dos Estados Unidos foi liderada pelo secretário do Comércio, Scott Bessent, enquanto a China esteve representada pelo vice-primeiro-ministro He Lifeng.
Pouco depois do anúncio de Trump, Bessent disse que o acordo com a China prevê que a propriedade da filial do TikTok nos Estados Unidos fique em mãos norte-americanas, embora tenha recusado dar detalhes sobre a operação.
"O quadro do acordo é que o TikTok passe a uma propriedade controlada pelos Estados Unidos, mas isso terá de ser confirmado pelos líderes na sexta-feira. Nós estabelecemos um quadro, eles terão de confirmar o acordo", declarou.
"Não vamos falar dos termos comerciais do acordo porque se trata de duas partes privadas, mas os termos comerciais já foram acordados", acrescentou, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
A reunião das delegações norte-americana e chinesa realizou-se no Palácio de Santa Cruz, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol, em Madrid.
Prazo acabava quarta-feira
Trump tinha estabelecido como prazo o dia 17 de setembro para que a empresa-mãe chinesa do TikTok (ByteDance) vendesse a filial da rede social nos Estados Unidos.
O Presidente dos Estados Unidos não via com bons olhos que o Governo de Pequim pudesse ter acesso a dados de milhões de cidadãos norte-americanos.
Bessent e o representante do Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, disseram que o acordo foi possível graças à intervenção de Trump e à "grande consideração que tem pelo Presidente Xi”. "Quando existe respeito entre ambos, também as delegações se respeitam", afirmaram.
Bessent e Greer disseram também que as negociações para um acordo sobre tarifas aduaneiras vão continuar com uma quinta ronda de conversações, previsivelmente dentro de um mês, em local ainda a determinar.
O início do TikTok
O TikTok nasceu em 2016 como Douyin, uma aplicação de vídeos curtos lançada na China pela empresa ByteDance. O sucesso local levou à criação de uma versão internacional, o TikTok, que se expandiu rapidamente após a aquisição da norte-americana Musical.ly em 2017.
Essa compra abriu-lhe as portas do mercado dos Estados Unidos e permitiu-lhe consolidar-se como uma das aplicações mais populares entre os jovens.
Em apenas dois anos, o TikTok já era a aplicação mais descarregada em várias lojas digitais e no primeiro trimestre de 2018, liderou o 'ranking' mundial das aplicações móveis.
Atualmente, ultrapassa os 1.500 milhões de utilizadores ativos mensais em todo o mundo, dos quais cerca de 150 milhões nos Estados Unidos, segundo a EFE.