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Grupo Stellantis anuncia nova organização depois da saída de Carlos Tavares

Grupo Stellantis anuncia nova organização depois da saída de Carlos Tavares
RUI DUARTE SILVA

O processo de substituição de Carlos Tavares está em curso, é gerido por um Comité Especial do Conselho de Administração “e estará concluído no primeiro semestre de 2025”

Grupo Stellantis anuncia nova organização depois da saída de Carlos Tavares

Vítor Andrade

Coordenador de Economia

O grupo automóvel Stellantis anunciou esta terça-feira que o processo de nomeação do novo presidente executivo (CEO) permanente está em curso, depois da saída de Carlos Tavares, tornada pública no dia 1 de dezembro. O processo está, segundo diz a empresa em comunicado, a ser gerido por um Comité Especial do Conselho de Administração, “e estará concluído no primeiro semestre de 2025”.

No entanto, e ainda de acordo com a mesma nota, até que a nomeação do novo CEO esteja concluída, é implementada uma nova organização, “com efeitos imediatos”

O Comité Executivo Interino (CEI) será responsável pela direção e supervisão da companhia em nome do Conselho de Administração. O CEI será presidido por John Elkann, de 48 anos (neto de Gianni Agnelli) - e que é também o atual presidente do conselho de administração do grupo Stellantis -, juntamente com alguns dos seus executivos, como Xavier Chéreau, que ficará com o pelouro dos recursos humanos e património, Ned Curic, com a Engenharia e Tecnologia, Arnaud Debouef, com a parte da produção e cadeia de abastecimento, Antonio Filosa, responsável pelas regiões da América (do Norte e do Sul), pelas marcas Chrysler, Dodge, Jeep e Ram, e ainda com a organização de design da América do Norte, incluindo a Maserati Design.

A área do planeamento ficará com Béatrice Foucher e o pelouro financeiro com Douglas Ostermann.

Em apoio ao CEI, e respondendo diretamente ao chairman (presidente do conselho de administração), estarão seis vice-presidentes executivos, e ainda Richard Palmer, que é nomeado conselheiro especial do chairman e participará no CEI como elemento de ligação junto da equipa de liderança.

Esta nova estrutura de gestão irá assumir os comandos do grupo Stellantis até ser nomeado um novo CEO, numa altura em que os resultados deste conglomerado da indústria automóvel não são animadores. As contas do terceiro trimestre de 2024 revelam receitas líquidas de 33 mil milhões de euros, inferiores em 27% face ao registado no terceiro trimestre de 2023. Naquele mesmo período o grupo vendeu menos 279 mil unidades em termos homólogos, face a 2023, ou seja, uma quebra de 20%.

Por outro lado, o terceiro trimestre de 2024 registou interrupções de produção em vários modelos das marcas que integram o grupo Stellantis.

O grupo está presente em 130 países e tem fábricas em 30, sendo que uma delas está situada em Portugal, na zona de Mangualde, perto de Viseu. Ali são agora produzidos modelos comerciais ligeiros elétricos para algumas marcas do grupo. No total a Stellantis, que é a quarta construtora automóvel a nível mundial, faturou perto de 190 mil milhões de euros em 2023.

Na segunda-feira, no final da primeira sessão de bolsa (em Milão) após o anúncio da saída de Carlos Tavares, as ações da Stellantis fixaram-se nos 11,75 euros, o que se traduziu numa queda de 6,3%.

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