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Alemanha admite garantir até €257 milhões ao projeto de lítio da Savannah em Portugal

Savannah Resources tem concessão para explorar lítio no concelho de Boticas
Savannah Resources tem concessão para explorar lítio no concelho de Boticas
Horacio Villalobos

A Savannah Resources, que tem a concessão de exploração de lítio no Barroso, em Boticas, obteve a indicação de que o seu projeto é elegível para uma garantia pública alemã sobre o financiamento que venha a contratar para viabilizar o projeto

Alemanha admite garantir até €257 milhões ao projeto de lítio da Savannah em Portugal

Miguel Prado

Editor de Economia

A Savannah Resources, empresa que está a desenvolver o projeto de exploração de lítio da mina do Barroso, em Boticas, na região Norte de Portugal, revelou esta terça-feira ter obtido uma carta de interesse da Euler Hermes, agência de crédito que atua em nome do Governo alemão, para garantir até 270 milhões de dólares ao projeto português.

Essa carta, não vinculativa, indica que a Savannah será, em princípio, elegível para receber uma garantia até 270 milhões de dólares (quase 257 milhões de euros ao câmbio atual) sobre um empréstimo que venha a contratar para o seu projeto em Portugal.

Este potencial apoio financeiro assenta no fornecimento de lítio à Alemanha através do acordo da Savannah com a AMG (maior acionista da empresa do lítio de Boticas) para lhe fornecer concentrado de espodumena (90 mil toneladas por ano) durante 10 anos.

“Este endosso ao projeto por parte de uma das entidades de crédito mais credíveis do mundo”, sublinha o presidente executivo da Savannah, o português Emanuel Proença, “é um passo fundamental para a construção de uma solução completa de financiamento do projeto”.

“A possibilidade de obter uma parte substancial do financiamento global do projeto ao abrigo deste esquema de garantia de empréstimos do Governo alemão torna o financiamento da dívida do projeto mais atraente para os financiadores e oferece a oportunidade de custos e juros mais baixos para os nossos acionistas”, realça Emanuel Proença.

O próximo passo é avançar para o financiamento do projeto, envolvendo o banco KFW e a Euler Hermes e uma nova avaliação prévia destas entidades sobre os termos do empréstimo e a situação da Savannah.

A Savannah é detida em 15,77% pela AMG, em 12,69% pela Al Marjan e em 10% por Mário Ferreira. O empresário português é o maior investidor nacional (e individual) na empresa de exploração de lítio. O segundo acionista português é o grupo Lusiaves, com 5,24%.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

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