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Lucro da Jerónimo Martins encolhe no primeiro semestre para €253 milhões

Pingo Doce admite alguma pressão das multinacionais no que toca aos preços
Pingo Doce admite alguma pressão das multinacionais no que toca aos preços
Nuno Fox

Empresa fala em período de "forte deflação" em todas as operações e justifica parte do recuo nos lucros com a criação da fundação Jerónimo Martins

O resultado líquido da Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, caiu 29,1% em termos homólogos para os 253 milhões de euros. A empresa justifica a redução dos números com a criação da recém-criada Fundação Jerónimo Martins, com uma dotação inicial de 40 milhões de euros.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa fez notar o crescimento das vendas em 12,3% para os 16,3 mil milhões de euros, em todo o grupo. O volume de negócios evoluiu de forma favorável nas operações de todas as geografias (Portugal, Polónia e Colômbia).

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) cresceu 3,5% para 1.040 milhões. A dívida líquida ficou nos 3,2 mil milhões, um aumento de 37,3% face aos 2,3 mil milhões do ano anterior.

Depois dos lucros recorde em 2023, alavancados pelo aumento do custo dos produtos, a empresa destaca a “forte deflação registada nos cabazes de quase todas as insígnias ao longo do semestre”. "Tal como antecipámos, o ano de 2024 tem sido marcado, após um ciclo inflacionário, pelos duros efeitos da combinação de uma acentuada trajetória de correção dos preços alimentares com a subida significativa dos custos", diz o presidente, Pedro Soares dos Santos, em comunicado.

E acrescenta: "Sabíamos que, agravada pelo ambiente de consumo contido, a competição pelos volumes seria muito forte e mantivemos o foco estratégico na competitividade, investindo fortemente em preço sem descurar a qualidade global das propostas de valor”.

Pingo Doce sobe vendas

O Pingo Doce atingiu vendas de 2,4 mil milhões de euros, um crescimento de 5,9%. "Importa referir que a insígnia operou com deflação no cabaz, sendo notório o contributo do forte aumento de volumes registado nestes primeiros seis meses do ano", nota a empresa.

O EBITDA do Pingo Doce cifrou-se em 132 milhões de euros, 2,4% acima do mesmo período do ano anterior, tendo a respetiva margem atingido 5,5%. Neste período, o Pingo Doce inaugurou 4 lojas e operou remodelações noutros 41 supermercados.

Na Polónia, a maior operação para as contas da Jerónimo Martins, as vendas aumentaram 4,5% em moeda local. Em euros, as vendas atingiram 11,5 mil milhões, mais 11,9% do que no período homólogo.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: galmeida@expresso.impresa.pt

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