No primeiro trimestre deste ano, a Tesla entregou 386.810 veículos, o que representa uma queda de 8,5% face ao mesmo período do ano passado. Esta queda foi superior ao esperado pelos analistas de Wall Street, que previam uma descida de 6% no número de entregas.
Desde o segundo trimestre de 2020, altura em que a indústria automóvel estava a ser fortemente afetada pela pandemia, que a Tesla não registava uma queda das suas vendas trimestrais, em termos homólogos. Depois da divulgação dos resultados, esta terça-feira, as ações da empresa norte-americana caíram mais de 5%.
Segundo a Tesla, “o declínio do volume de vendas deveu-se parcialmente à fase inicial da produção do novo Modelo 3 na fábrica de Fremont e às paragens de fábricas resultantes de desvios de transporte causados pelo conflito no Mar Vermelho e um incêndio na “Gigafactory” de Berlim”.
Além disso, nos últimos tempos, a empresa de Elon Musk tem enfrentado uma concorrência crescente, maioritariamente vinda da China, como é o caso da marca BYD. Ainda assim, a Tesla conseguiu ultrapassar a rival asiática, que vendeu, no primeiro trimestre de 2024, mais de 300 mil carros. A Tesla mantém assim o título de maior fabricante mundial de carros elétricos.
No primeiro trimestre deste ano, a empresa de Elon Musk produziu 433.371 veículos, menos 1,7% face ao mesmo período em 2023.
Para fazer face à concorrência, no ano passado, a Tesla baixou significativamente o preço dos seus veículos nos Estados Unidos. No entanto, estas reduções “assustaram” alguns investidores, que consideraram que a descida de preços significaria menos lucro. Desde o ínicio do ano, as ações da Tesla já desvalorizaram 33,81%.
Depois de vários anos de crescimento significativo no mercado automóvel, a Tesla enfrenta, agora, um abrandamento do número de vendas e produção, motivado, essencialmente, pelo aumento da concorrência a nível mundial e pelo abrandamento da procura de carros elétricos.
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