Os fundos Apollo e CVC estão fora da corrida à Altice Portugal, não tendo sido convidados para a segunda fase de conversações, avança a agência Bloomberg esta sexta-feira, 9 de fevereiro.
À próxima fase passaram outros interessados na dona da Meo como a Saudi Telecom, o fundo Warburg Pincus (em associação com o veículo de aquisições Zeno Partners e o antigo presidente do Credit Suisse, o português António Horta-Osório), e a fornecedora de serviços de telecomunicações móveis e de Internet Iliad, do milionário francês Xavier Niel. Tudo aponta que sejam candidatos à compra como um todo.
Segundo as fontes consultadas pela agência, o preço que Patrick Drahi definiu para os ativos da Altice Portugal - cerca de 8 mil milhões de euros - é um dos pontos que está a dificultar as negociações, por ser considerado alto.
A Apollo, a CVC, a Iliad, a Warburg Pincus e a Altice não quiseram fazer comentários à Bloomberg. A agência também não obteve resposta da Saudi Telecom.
A MEO é, de longe, a maior operação da Altice Internacional, onde além da operação portuguesa, estão a Altice Israel, a Altice Dominicana e a empresa de marketing e publicidade Teads. Portugal contribuiu com receitas de 2,630 mil milhões de euros em 2022, mais do dobro da contribuição da Altice Israel (1,196 mil milhões) e quatro vezes maior que a Dominicana (602 milhões).
Saudi Telecom é quem dá mais
Apesar de não serem conhecidos os valores de todas as ofertas e não existirem dados oficiais, tudo aponta para que a maior seja a dos sauditas, que, depois de terem entrado no mercado espanhol, com a compra de uma participação na Telefónica, procuram agora expandir a presença na Europa. A Saudi Telecom terá feito uma oferta entre os 7 e os 9,5 mil milhões de euros.
É a oferta mais generosa e um valor acima dos 4 mil milhões a 5 mil milhões de euros que têm sido apontados como sendo o valor da MEO, por fontes do mercado conhecedores da operação ouvidas pelo Expresso. Um prémio que eventualmente os sauditas poderão estar interessados em pagar para entrar num operador histórico europeu, mercado que começa a torcer o nariz à entrada de empresas controladas por Estados extracomunitários — a Saudi Telecom é controlada em 64% pelo fundo soberano da Arábia Saudita.
Já a oferta da norte-americana Warburg Pincus, um candidato a que aparece associado António Horta Osório, ascende, segundo o “Financial Times”, a 6 mil milhões de euros. A Waburg Pincus e Horta Osório estão interessadas na Altice Portugal como um todo, centro de dados da Covilhã incluídos. O valor oferecido é, no entanto, mil milhões abaixo da meta definida por Drahi. O grupo fundador da Free, a Iliad S.A, está presente na França, Itália, Marrocos e Polónia, e desconhece-se o valor da sua oferta.
A Altice Portugal, antiga PT, tem-se revelado um excelente negócio para Patrick Drahi, cuja venda das antenas e de 49,9% da rede já lhe rendeu cerca de 3 mil milhões de euros.
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