Foi assinado esta quinta-feira o acordo de empresa da easyjet com os sindicatos dos tripulantes de cabine, e José Lopes, diretor-geral da transportadora britânica não podia estar mais satisfeito. "O objetivo principal foi conseguido, criámos estabilidade para os próximos anos", disse ao Expresso José Lopes.
2022 foi um ano atribulado para a easyJet, com três greves dos tripulantes de cabine, mas também um ano de melhor desempenho da transportadora, com o número de passageiros a crescer 40% para 10,8 milhões face a 2021, salienta o gestor.
"A easyJet e o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) assinaram o documento que define a renovação do Acordo de Empresa – definido pela primeira vez em 2016 - que estabelece as condições para os tripulantes de cabine da companhia, em Portugal, até 31 de janeiro de 2027", avançou a empresa em comunicado.
Com a assinatura do acordo de empresa dos tripulantes de cabine, a easyJet passa a ter os dois acordos de empresa assinados, os dos pilotos e da tripulação de cabina. O primeiro tinha sido assinado em junho e estará em vigor até 2026.
Manter a sustentabilidade e continuar a crescer
"A assinatura dos acordos de empresa é feita dentro da ótica de manter a sustentabilidade do projeto em Portugal, como bom empregador que sempre fomos", defendeu José Lopes. Explica porque o diz: "pagamos salários acima de média nacional, temos níveis de saída quase zero". Em Portugal a easyJet tem 850 trabalhadores.
"Conseguimos melhorar as condições das nossas pessoas sem colocar em risco a sustentabilidade da empresa", salientou orgulho. E acrescentou: "2023 foi o nosso melhor ano de sempre". A easyJet Portugal tem 100 rotas para Portugal, com uma quota de mercado de 14% em Lisboa, onde é a número dois, 23% no Funchal, 38% em Porto Santo, 20% no Porto e 19% em Faro.
Nas três greves que fizeram os tripulantes de cabina tinham como bandeira reivindicar condições semelhantes aos tripulantes das bases noutros países. A última greve que fizeram foi em julho.
A easyJet sublinha que cumpre a lei. "Com este acordo, a easyJet reafirma a continuidade de garantia de que emprega todos os membros da sua tripulação com contratos locais, em total conformidade com as leis nacionais e reconhecidos pelos seus sindicatos. Todos os salários, termos e condições da tripulação são acordados através de Acordos de Empresa, em parceria com o sindicato que os representa", diz a empresa em comunicado.
Presente na cerimónia da assinatura do acordo secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, sublinha os "10 meses de negociações, marcadas por elevada complexidade", acompanhada de perto pelo Ministério. O acordo de empresa abrange 441 tripulantes de cabine. "Felicito as partes pela capacidade que revelaram em conseguirem aproximar posições e em terem sabido construir, em diálogo social, este acordo de empresa, que é seguramente um instrumento fundamental para o reforço e o crescimento da atividade da empresa”, sublinhou o governante.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ACampos@expresso.impresa.pt