Em setembro, sem aviso prévio, a Saudi Telecom Company (STC) entrava no capital da Telefónica com uns 9,9% que a transformariam em principal acionista da empresa espanhola de telecomunicações. A perspetiva de ter a Telefónica, um dos motores tecnológicos espanhóis, com ativos muito valiosos em vários países (como a operadora Vivo, no Brasil, que já pertenceu à antiga Portugal Telecom), nas mãos da monarquia saudita fez soar os alarmes no governo espanhol, que não imaginava este desenvolvimento. O próprio presidente executivo da Telefónica, José María Álvarez-Pallete, soube-o já o facto estava consumado. A notícia apanhou-o fora do país, numa viagem aos EUA, tendo-se dirigido de urgência à Arábia Saudita para tirar satisfações.
Superado o impasse na formação de governo, e dada entrada de “raposa” da STC nesta empresa, o executivo de Pedro Sánchez decidiu que o Estado iria entrar no capital da Telefónica com 10%, garantindo com dois acionistas de referência, os bancos La Caixa e BBVA, uma maioria espanhola na administração, com 6,03% e 4,87%, respetivamente, segundo o jornal El País. A possibilidade desta entrada do Estado no capital já era debatida publicamente, mas só na terça foi feito o anúncio oficial.
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