Correio da Manhã, CMTV e Record já passaram para as mãos de Ronaldo e sócios

Cofina Media passa agora a chamar-se Expressão Livre. Trabalhadores recebem um prémio fixo e único de 1250 euros
Cofina Media passa agora a chamar-se Expressão Livre. Trabalhadores recebem um prémio fixo e único de 1250 euros
Editor-adjunto de Economia
A venda dos meios de comunicação social da Cofina, entre os quais o ‘Correio da Manhã’, CMTV, Record, Negócios e Sábado, está concluída. Passam agora para as mãos de alguns gestores e quadros do grupo - Luis Santana, Ana Dias, Octávio Ribeiro, Isabel Rodrigues, Carlos Rodrigues, Luís Ferreira e Carlos Cruz -, para as de alguns dos acionistas da Cofina que decidiram manter participações no grupo de media – Domingos Vieira de Matos, Paulo Fernandes e João Borges de Oliveira – e para as do futebolista Cristiano Ronaldo.
A conclusão do negócio foi comunicada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) esta quarta-feira à tarde e ocorre depois de a 26 de outubro os acionistas da Cofina terem decidido em assembleia geral aprovar a venda da Cofina Media, a empresa detentora desses meios de comunicação social.
A proposta dos quadros – através de uma operação de ‘management buy-out’ (MBO), ou seja, a venda da empresa aos próprios quadros – avaliou a Cofina Media em 56,7 milhões de euros, deixando para trás a que tinha sido apresentada pela Media Capital, proprietária da TVI e da CNN Portugal – 54,7 milhões de euros.
A nova realidade destes meios de comunicação social passa desde já por uma mudança de nome – o grupo deixará de ser conhecido como Cofina Media e assume a designação de Expressão Livre. “Muito mais do que uma mudança de nome (ontem Cofina, hoje Expressão Livre) ou de estrutura acionista, o valor desta aquisição está na preservação de um projeto de comunicação social que conjuga, na perfeição, a independência editorial com um modelo empresarial economicamente sustentável”, pode ler-se numa comunicação da Expressão Livre aos trabalhadores.
A empresa refere na mesma comunicação que “foi um processo complexo, moroso, com contornos de dificuldade por vezes extremos, mas que valeu a pena pelo desfecho obtido”.
“Temos consciência das dificuldades que a nossa indústria atravessa e dos desafios que isso comporta. Também sabemos que a margem para errar será cada vez menor e os graus de exigência se irão acentuar”, adianta a mesma comunicação, onde se pode ler também que “não será um processo fácil, mas os exemplos de superação registados em momentos difíceis da história deste grupo, animam-nos e motivam-nos a acreditar que, com as nossas pessoas e as nossas equipas, é sempre possível vencer”.
O conselho de administração da Cofina aprovou entretanto a distribuição de um prémio pelos trabalhadores. “Como forma de agradecimento por todo o empenho e dedicação das pessoas que ajudaram a construir a Cofina Media, decidiu-se atribuir um prémio extraordinário à universalidade dos seus colaboradores, no valor fixo e único de 1250 euros que será processado no corrente mês”, disse a administração da Cofina em comunicado enviado aos trabalhadores.
Nesse comunicado refere-se que, com a transação concluída esta quarta-feira, a Cofina, “acionista de longa data da Cofina Media, encerra um ciclo. Esse ciclo conheceu momentos de grande crescimento e investimento, inovação, mas também enfrentou momentos muito desafiantes, difíceis, que exigiram espírito de sacrifício, capacidade de reinvenção, superação e muita resiliência”. Adianta ainda que a Cofina Media – ou Expressão Livre – “hoje é um player de referência no seu setor, moderno, inovador, capaz de se reinventar e adaptar às permanentes mudanças”.
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