Lucro da Sonae cai 41,6% e fecha semestre nos €69 milhões
Vendas do grupo liderado por Cláudia Azevedo aumentam 12% entre janeiro e junho
Vendas do grupo liderado por Cláudia Azevedo aumentam 12% entre janeiro e junho
Jornalista
A Sonae fechou o primeiro semestre com uma quebra homóloga de 41,6% nos lucros, para €69 milhões, “refletindo o apoio às famílias, o aumento dos custos financeiros e dos impostos e o investimento na expansão e digitalização dos negócios”, diz o grupo em comunicado enviado à CMVM - Comissão do Mercado de Valores Mobiliários esta quinta-feira.
As vendas do grupo liderado por Cláudia Azevedo aumentaram 12% no mesmo período, para €3,8 mil milhões, com “ganhos de quota de mercado na MC e na Worten e investimentos na expansão do negócio”. A margem Ebitda ficou nos 9,2%, 0,2 pontos percentuais abaixo do semestre anterior, sob o impacto do esforço de absorção da inflação, refere o grupo.
Entre janeiro e junho, o Ebitda subjacente do grupo foi de €301 milhões (+13,8%) e o Ebitda total foi de €350 milhões.
Quanto aos investimentos realizados, somaram 684 milhões nos últimos 12 meses (+22%), entre crescimento orgânico e aquisições, enquanto a divida líquida ficou nos €1,067 mil milhões.
Por segmentos de negócio, a MC, líder no retalho alimentar em Portugal, fechou o semestre com um volume de negócios de 3 mil milhões de euros (+12,6%) e mais 18 lojas.
Na eletrónica, a Worten também reforçou a liderança no mercado nacional, diz o comunicado, e obteve um volume de negócios de €557 milhões (+6,9%), com o canal online a representar mais de 15% das vendas totais.
No segmento de moda, a Zeitreel teve vendas de €171 milhões, “ligeiramente abaixo” do valor do ano anterior, e no desporto o volume de negócios cresceu 20%, para €740 milhões.
No imobiliário, a Sierra atingiu um desempenho operacional positivo nos seus centros comerciais prime e na expansão das suas áreas de serviços, fechando o semestre com lucros de €38 milhões e a reportar um crescimento de dois dígitos das vendas dos lojistas face ao período pré-pandemia.
Nas tecnologias, a Bright Pixel continuou a expandir o seu portefólio, e apresentou, no fim do semestre, um Capex de €32 milhões e um aumento de 8,5% do NAV (valor patrimonial líquido) do portefólio face ao final de 2022, para €331 milhões.
Nos serviços financeiros, a Universo, com uma base de 1 milhão de clientes, aumentou a produção em 1%, para €471 milhões e registou um aumento homólogo do volume de negócios de 28%, para €22 milhões.
Nas telecomunicações, a NOS registou um volume de negócios de €775 milhões (+4,5% face ao 1S22).
Para Cláudia Azevedo, todos estes números refletem “um desempenho globalmente muito positivo” do grupo “apesar do volátil ambiente macroeconómico e de contextos competitivos desafiantes”.
“Em termos de desempenho operacional, as nossas equipas continuaram a trabalhar arduamente para mitigar os impactos da inflação nos consumidores”, diz a gestora, destacando o exemplo da Sierra, com níveis de venda dos lojistas acima dos valores pré-pandemia, numa “ clara demonstração da resiliência”.
“Apesar do ambiente desafiante e de rápida mudança, continuámos a executar importantes movimentos de portefólio neste segundo trimestre”, diz ainda Cláudia Azevedo para destacar o acordo para a combinação da Arenaç e da Druni em Espanha, criando, juntamente com a Wells em Poretugal, um operador líder no segmento de saúde, bem-estar e beleza na Península Ibérica, com um volume de negócios combinado de mais de mil milhões de euros.
Sobre a notificação da JD Sports para a aquisição da participação da Sonae na ISRG por 300M€, na sequência do exercício, pela Sonae, da opção de compra ou venda prevista no acordo parassocial, Cláudia aproveita para “agradecer a todos na ISRG, e, em particular, à família Segarra, pelo seu contributo para o extraordinário desempenho da empresa e desejar a todos o melhor para o futuro”,
“Globalmente, o nosso desempenho operacional, juntamente com a atividade de gestão de portefólio durante os últimos 12 meses, conduziu a um aumento significativo do valor do Grupo”, afirma “confiante” na capacidade da Sonae “continuar a criar valor económico e social para todos”.
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