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Comissão de Trabalhadores da Petrogal acusa autarca de Matosinhos de branquear culpados pelo fecho da refinaria

Foto: Lusa / Estela Silva
Foto: Lusa / Estela Silva

A Comissão Central de Trabalhadores da Petrogal diz que Luísa Salgueiro não lutou pelos trabalhadores e que foi ao Parlamento “branquear todas as responsabilidades dos vários culpados pela situação dos trabalhadores despedidos da refinaria do Porto”

A Comissão Central de Trabalhadores (CCT) da Petrogal acusa a presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, de “branquear todas as responsabilidades dos vários culpados pela situação dos trabalhadores despedidos da Refinaria do Porto”.

Em comunicado divulgado esta segunda-feira, a CCT lembra que já tinha prestado declarações no Parlamento e que, ainda assim, houve “uma força política que não ficou devidamente esclarecida e tomou a iniciativa de chamar o IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional, a CCDR-N e a presidente da Câmara de Matosinhos”. De recordar que estas audições foram requeridas pelo grupo parlamentar do Bloco de Esquerda.

Mas as críticas da CCT dirigem-se mais a Luísa Salgueiro, pois “demonstrou não ter nenhuma vontade de utilizá-la [a sua autonomia política] na salvaguarda dos postos de trabalho”.

“A senhora presidente da Câmara transformou então o seu depoimento na comissão parlamentar numa enorme pia batismal, de onde todos os intervenientes renasceram livres de pecado e culpa”, escreve a CCT.

A CCT acusa a autarca de não ter lutado pelos trabalhadores. Mesmo nesta última audição, a comissão considera que Luísa Salgueiro perdeu uma oportunidade "de em alternativa à sentença de que os trabalhadores despedidos terão de se contentar com salários mais baixos – empobrecer – afirmar que a empresa (Galp) tem o dever de reintegrar todos os trabalhadores despedidos com as mesmas condições que
tinham, inclusive salariais".

“O Governo também não teve culpa nenhuma por ter apoiado entusiasticamente a administração da empresa na figura do ministro do Ambiente, sabendo que na altura não havia nada sequer planeado e entregue na Comissão Europeia que possibilitasse em tempo útil aplicar o Fundo para a Transição Justa”, continua a CCT, ironicamente.

E ainda dentro da ironia a acusação passa para a Galp: “não teve mesmo culpa nenhuma de ter aproveitado uma pandemia para encerrar uma instalação com um comprovado prejuízo para a economia e soberania energética do país”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rrrosa@expresso.impresa.pt

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