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Cristiano Ronaldo acionista do Correio da Manhã e Record “será sempre motivo de satisfação e orgulho”

Cristiano Ronaldo acionista do Correio da Manhã e Record “será sempre motivo de satisfação e orgulho”
Eurasia Sport Images/Getty

Luís Santana, administrador da Cofina Media que está a preparar proposta de compra pelos quadros do grupo que detém o ‘Correio da Manhã’ e da ‘CM TV’, confirma a hipótese de o futebolista se tornar acionista

Cristiano Ronaldo acionista do Correio da Manhã e Record “será sempre motivo de satisfação e orgulho”

Pedro Lima

Editor-adjunto de Economia

“O Cristiano Ronaldo, o melhor futebolista de sempre, um atleta de exceção e um português de referência de quem muito nos devemos orgulhar como nação, com valores como a exigência, o rigor, o trabalho e a resiliência, vir a participar num grande projeto de media que partilha os mesmos valores, será sempre, naturalmente, um grande motivo de satisfação e orgulho para a equipa que está a desenvolver o Management Buy Out da Cofina Media, a apresentar aos acionistas”, diz Luís Santana, administrador da Cofina Media numa declaração enviada ao Expresso.

O gestor, que está a preparar uma proposta de compra da Cofina pelos quadros do grupo, confirma assim as notícias publicadas esta sexta-feira que davam conta de que o futebolista poderá vir a tornar-se acionista do grupo de media que detém o ‘Correio da Manhã’, CMTV, Negócios e Record, entre outros meios de comunicação social.

Ao Negócios, fonte próxima de Cristiano Ronaldo disse que o futebolista está “muito entusiasmado” com a hipótese de se tornar acionista de referência do grupo de media. Ronaldo teve alguns conflitos com alguns meios do grupo, o ‘Correio da Manhã’ e a ‘CM TV’, e ficou célebre o momento em que atirou um microfone do canal de televisão para um lago em Lyon.

Esta manhã a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) anunciou a suspensão da negociação das ações da Cofina, referindo estar a aguardar a “divulgação de informação relevante ao mercado”.

A suspensão ocorreu às 11h01 e prendeu-se com as notícias que dão conta de mexidas acionistas, depois de no final de maio ter sido anunciado o interesse de um grupo de quadros – que incluem Luís Santana, e a Ana Dias, administradora financeira da Cofina Media – em tomar uma posição relevante na empresa através de uma operação de management buyout (MBO), na qual quadros de gestão de uma empresa adquirem parte do seu capital.

Agora ficou a saber-se que entre os novos acionistas, além dos quadros, poderá estar Cristiano Ronaldo. Outro facto que as notícias apontam é a permanência, na estrutura acionista, de pelo menos um dos fundadores da Cofina – Domingos Matos, proprietário da empresa Livrefluxo, que tem 12,09% da Cofina, deverá manter ou até reforçar a sua posição. Mário Leite da Silva, antigo administrador dos negócios de Isabel dos Santos, e que desde o final do ano passado integra a administração da Livrefluxo, declarou em entrevista ao Jornal Económico que “não temos razão para desinvestir da Cofina após o MBO”. Mas não está de parte a hipótese de Paulo Fernandes, presidente do grupo e o seu rosto mais visível, ficar também com uma participação, embora mais reduzida do que a detida atualmente.

A estabilidade da Cofina tem sido assegurada por uma estrutura acionista onde se destacam um conjunto de empresários com interesses noutras áreas de negócio – celuloses (Altri), aço (Ramada) e energias renováveis (Greenvolt). Paulo Fernandes detém 13,88% da empresa, Domingos Matos detém 12,09% e Pedro Borges Oliveira 10,02%. Os maiores acionistas são Ana Mendonça (19,98%) e João Borges de Oliveira (15,01%).

No início do mês Ana Dias dizia ao Expresso que estavam “a trabalhar na proposta, que deverá ser apresentada ao acionista nos próximos meses”. A gestora explicava também que “a operação de compra será alavancada numa estrutura de financiamento assente em capitais próprios dos proponentes, financiamento junto das instituições financeiras e investidores qualificados que partilhem da visão de sucesso, rentabilidade e independência jornalística”. Além dos quadros da empresa, haverá, dizia então, “oportunidade para outros investidores idóneos”, adiantando que tinham tido “várias manifestações de interesse, com quem estamos a desenvolver negociações.”

Esta investida dos quadros pôs em causa as ‘abordagens’ que os acionistas da Media Capital pretendiam fazer para a conjugação dos negócios dos dois grupos.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: PLima@expresso.impresa.pt

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