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Costa Silva espera que garantias de 85 milhões de euros do Estado à Efacec não sejam acionadas

Costa Silva espera que garantias de 85 milhões de euros do Estado à Efacec não sejam acionadas
RODRIGO ANTUNES/Lusa

“As garantias não foram acionadas e esperamos que não sejam”, disse o ministro da Economia em entrevista à RTP. Sobre a ausência de detalhes da venda ao fundo alemão Mutares, defendeu que "os negócios não são para se fazer num bazar, na praça pública"

O ministro da Economia e do Mar disse na quarta-feira, 14 de junho, que as garantias de 85 milhões de euros incluídas na injeção que o Estado fez na Efacec não foram acionadas, sublinhando esperar que tal não venha acontecer.

"As garantias não foram acionadas e esperamos que não sejam. O objetivo é o Estado recuperar [o valor investido] e ao mesmo tempo manter a empresa", afirmou o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, na Grande Entrevista da RTP3, que foi transmitida esta quarta-feira à noite.

O Estado injetou 132 milhões de euros na Efacec, a que se somam mais 85 milhões de euros em garantias.

António Costa Silva já tinha referido ter "grande expectativa" de que este valor pode ser recuperado.

Questionado sobre o valor da venda da Efacec ao fundo alemão Mutares, o também gestor reiterou que "os negócios não são para se fazer num bazar, na praça pública", sublinhando que em causa está uma "grande empresa tecnológica", que se articula com toda a cadeia no mercado português.

"Não nos podemos esquecer que [a Mutares] é cotada na bolsa de Frankfurt. Na altura que revelarmos o valor, tudo pode mudar", vincou, comprometendo-se a tornar a informação pública assim que a operação estiver concluída.

O processo depende ainda das chamadas condições precedentes, que incluem a autorização da Comissão Europeia, que, por sua vez, exige um teste de mercado, o pronunciamento das autoridades da concorrência e a negociação com os credores financeiros.

"Tudo o que eu possa dizer agora pode prejudicar esse processo e eu não quero, em prol do interesse público", insistiu.

O titular da pasta da Economia esteve, esta quarta-feira, na Assembleia da República, num debate de urgência pedido pelo PSD, no qual já tinha sido questionado sobre o valor da venda da Efacec.

Na altura, Costa Silva disse que, "num processo desta delicadeza", quaisquer números que se revelem podem "contaminar" o negócio.

O governante apelou também aos deputados para que não façam "descarrilar" a venda da Efacec.

Já sobre os mais de 2000 trabalhadores da empresa, o ministro da Economia voltou a dizer que a ideia do fundo alemão é preservar a força de trabalho, apostando também na sua qualificação.

Na semana passada, o Governo aprovou, em Conselho de Ministros eletrónico, a proposta do fundo alemão Mutares para a privatização da Efacec.

Em conferência de imprensa no Ministério da Economia, Costa Silva assegurou que a proposta foi "meticulosamente analisada", garantindo que esta dá ao executivo "conforto" quanto ao futuro e manutenção da Efacec enquanto "um grande projeto industrial e tecnológico".

O governante destacou ainda que a Mutares tem no seu core business (negócio principal) apostar em empresas com dificuldades, apresentando resultados positivos.

No dia 11 de abril, a Parpública anunciou ter recebido propostas vinculativas melhoradas de quatro candidatos à compra de 71,73% da Efacec, no âmbito do processo de reprivatização da empresa.

As propostas vinculativas melhoradas foram apresentadas pela Mutares, Oaktree, Oxy Capital e Agrupamento Visabeira-Sodecia.

O Governo aprovou em novembro do ano passado um novo processo de reprivatização da participação social do Estado de 71,73%, com um novo caderno de encargos, depois de ter anunciado em 28 de outubro que a venda da Efacec ao grupo DST não foi concluída por não se terem verificado "todas as condições necessárias" à concretização do acordo de alienação.

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