Fora do processo de privatização da Efacec, apesar de ser acionista minoritário da empresa, com uma participação de 14%, o Grupo José de Mello vai esperar o desfecho final do acordo do Estado com o fundo alemão Mutares para decidir o que irá fazer, e se se manterá ou não na empresa.
“O Estado é que está a vender a sua posição, não está a decidir sobre a nossa posição. Está a vender a sua posição e certamente entrará em contacto connosco quando sentir que tem o assunto suficientemente agarrado para poder conversar connosco”, afirmou esta quarta-feira o presidente do grupo José de Mello, Salvador de Mello, distanciando-se da escolha. Sublinhou, porém: “o futuro da Efacec é muito importante para nós”.
Salvador de Mello, que falava aos jornalistas na sequência da apresentação dos resultados da José de Mello, de 2022, explicou que a Efacec já não faz parte do perímetro de consolidação do grupo. E o administrador financeiro, Luís Goes, assegurou que não há risco de a Efacec afetar as contas do grupo, uma vez que há cerca de três anos foi criado um perímetro de separação, o chamado ring fencing, que isolou a empresa.
"A destruição de valor na Efacec foi brutal", reconheceu Luís Goes, quando questionado sobre o que significava para a José de Mello a deterioração da empresa, cujo montante de receitas recuou de cerca de 400 milhões de euros em 2019 para 100 milhões por ano atualmente.
“Até agora não fomos contactados [sobre a privatização], nem temos intervenção direta nesse processo”, sublinhou o gestor, defendendo que “quem tem liderado o processo de privatização da Efacec, como naturalmente deveria ter sido, é o Estado”.
Luís Goes não afasta a possibilidade de a José de Mello poder ver a sua participação diluída no futuro aumento de capital. “Eventualmente pode acontecer”, admitiu, sem se alongar em comentários. “Temos de esperar por esse momento e pela informação desse acordo para, perante essa informação, tomarmos decisões no quadro da nossa posição atual”, frisou.
Salvador de Mello realçou que a preocupação do grupo relativamente à empresa era encontrar uma solução que viabilizasse a Efacec: “Para nós o futuro da Efacec é também muito importante. A confirmar-se aquilo que foi dito pelo Governo, há aqui uma garantia de continuidade da Efacec que vemos como muito positivo”, reconheceu.
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