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José de Mello não foi envolvida na escolha da Mutares e reconhece que "a destruição de valor na Efacec foi brutal"

José de Mello não foi envolvida na escolha da Mutares e reconhece que "a destruição de valor na Efacec foi brutal"
FERNANDO VELUDO EXCLUSIVO PARA E

Acionista minoritária da Efacec, a José de Mello tem estado a afastada do processo de privatização e não teve ainda qualquer contacto com a Mutares, o fundo alemão escolhido para comprar a posição de Estado na empresa

José de Mello não foi envolvida na escolha da Mutares e reconhece que "a destruição de valor na Efacec foi brutal"

Anabela Campos

Jornalista

Fora do processo de privatização da Efacec, apesar de ser acionista minoritário da empresa, com uma participação de 14%, o Grupo José de Mello vai esperar o desfecho final do acordo do Estado com o fundo alemão Mutares para decidir o que irá fazer, e se se manterá ou não na empresa.

“O Estado é que está a vender a sua posição, não está a decidir sobre a nossa posição. Está a vender a sua posição e certamente entrará em contacto connosco quando sentir que tem o assunto suficientemente agarrado para poder conversar connosco”, afirmou esta quarta-feira o presidente do grupo José de Mello, Salvador de Mello, distanciando-se da escolha. Sublinhou, porém: “o futuro da Efacec é muito importante para nós”.

Salvador de Mello, que falava aos jornalistas na sequência da apresentação dos resultados da José de Mello, de 2022, explicou que a Efacec já não faz parte do perímetro de consolidação do grupo. E o administrador financeiro, Luís Goes, assegurou que não há risco de a Efacec afetar as contas do grupo, uma vez que há cerca de três anos foi criado um perímetro de separação, o chamado ring fencing, que isolou a empresa.

"A destruição de valor na Efacec foi brutal", reconheceu Luís Goes, quando questionado sobre o que significava para a José de Mello a deterioração da empresa, cujo montante de receitas recuou de cerca de 400 milhões de euros em 2019 para 100 milhões por ano atualmente.

“Até agora não fomos contactados [sobre a privatização], nem temos intervenção direta nesse processo”, sublinhou o gestor, defendendo que “quem tem liderado o processo de privatização da Efacec, como naturalmente deveria ter sido, é o Estado”.

Luís Goes não afasta a possibilidade de a José de Mello poder ver a sua participação diluída no futuro aumento de capital. “Eventualmente pode acontecer”, admitiu, sem se alongar em comentários. “Temos de esperar por esse momento e pela informação desse acordo para, perante essa informação, tomarmos decisões no quadro da nossa posição atual”, frisou.

Salvador de Mello realçou que a preocupação do grupo relativamente à empresa era encontrar uma solução que viabilizasse a Efacec: “Para nós o futuro da Efacec é também muito importante. A confirmar-se aquilo que foi dito pelo Governo, há aqui uma garantia de continuidade da Efacec que vemos como muito positivo”, reconheceu.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ACampos@expresso.impresa.pt

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