A Farfetch, empresa de comércio eletrónico de vestuário e acessórios de luxo fundada pelo português José Neves, fechou o primeiro trimestre com um prejuízo de 174,2 milhões de dólares (161 milhões de euros), contra um lucro de 728,7 milhões no mesmo período do ano passado.
As receitas cresceram 8%, para 556 milhões de dólares e, sem flutuações cambiais, a subida é de 12%, enquanto o GMV (sigla em inglês para o volume bruto de vendas) aumentou 0,1%, para 931,7 milhões de dólares. Na plataforma digital, o GMV caiu 1%, para 799,7 milhões de dólares, mas na plataforma de marca aumentou 10% (109,7 milhões).
A margem de lucro bruta do trimestre foi de 43,2% (menos 160 pontos-base, ou 1,6 pontos percentuais, face ao ano anterior) e a margem de contribuição de encomendas da plataforma digital ficou nos 32,4% (menos 30 pontos-base, ou 0,3 pontos percentuais).
No comentário ao desempenho do primeiro unicórnio de ADN português, José Neves mostra-se otimista por estar a reportar “o regresso da Farfetch ao crescimento no primeiro trimestre de 2023”. “Os nossos resultados são a primeira etapa na concretização do plano para 2023” e uma prova da “capacidade de execução frente aos contínuos ventos contrários da (conjuntura) macro”, afirma o presidente da empresa.
Em destaque, coloca a “melhoria sequencial no crescimento do GMV (volume bruto de vendas) nos EUA e na China, os nossos dois maiores mercados”, assim como o crescimento da sua plataforma de vendas, que considera revelar “a força e resiliência do negócio principal”.
Volume de vendas triplica ritmo de crescimento do sector
“Continuamos focados nos nossos objetivos de médio e longo prazo, incluindo na missão de sermos a principal plataforma global para a indústria de luxo (avaliada em mais de 360 mil milhões de dólares). Acreditamos que temos uma posição única para aproveitar esta oportunidade”, referiu José Neves, antes de deixar uma nota sobre o “histórico e forte crescimento registado ao longo dos anos, com o GMV a crescer três vezes mais rápido do que o ritmo do sector entre 2019 e 2022”.
A terminar, o líder da Farfetch reitera “confiança” na capacidade de a empresa continuar a expandir-se no negócio do luxo e “entregar rentabilidade sustentada”, nos próximos anos.
Em 2022, a Farfetch fechou com lucros de 344,8 milhões de dólares, 76,5% abaixo do ano anterior, e no último trimestre contabilizou prejuízos de 176,7 milhões de dólares, contra um lucro de 96,9 milhões um ano antes.
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