A empresa de pagamentos Visa alargou, esta terça-feira, o seu programa de aceleração de startups, chamado Visa Innovation Program, aliando-se à Hackquarters e à Fintech Solutions. O programa, já existente em Espanha, passa agora a abranger toda a Península Ibérica.
Mas em que consiste este programa? Segundo disse ao Expresso Gonçalo Santos Lopes, líder da Visa em Portugal, o programa “é uma plataforma de colaboração equity-free [sem investimento de capital da Visa nas empresas selecionadas], com o foco em projetos piloto, que permite às fintechs [empresas tecnológicas de serviços financeiros] acelerarem as suas respostas aos desafios que o futuro coloca à área dos pagamentos e do comércio”.
O diretor da Visa em Portugal considera que este programa “permite melhorar propostas de produtos e disponibilizar soluções mais eficientes à vasta rede de clientes e parceiros da Visa”. Mais precisamente, o programa vai proporcionar, durante seis meses, “novas relações com clientes e parceiros da rede – que estejam interessados em explorar este tipo de projetos e ideias – formação com curadoria, recursos de mentoria e apresentação a investidores”.
O programa já esteve em Espanha, assim como na Grécia, Turquia e Bulgária. Desde 2019, ano da primeira edição do programa, foram recebidas mais de 900 candidaturas e selecionadas 72 empresas no total dos países.
As tecnológicas financeiras participantes “conseguiram angariar mais de 350 milhões de euros de financiamento durante a sua participação, quer de forma independente, quer através de contactos com os gestores do programa Eleven e Hackquarters”, indicou o responsável da Visa.
Para referência, “um dos primeiros participantes no programa, a búlgara Payhawk, tornou-se um unicórnio em 2022”, sublinhou Gonçalo Santos Lopes.
Em Portugal as startups vão candidatar-se em conjunto com as espanholas. “A edição conjunta tem como principal objetivo facilitar o rápido acesso do ecossistema português a este programa, aproveitar o contexto já existente em vários mercados da Europa, ao mesmo tempo que se proporciona uma experiência com enfoque em cada mercado”, explicou o responsável.
Agora, Gonçalo Santos Lopes espera “ter nada menos que 30 candidatos provenientes deste mercado [Portugal]”.
Podem candidatar-se startups comercialmente ativas e tecnicamente preparadas. As candidaturas podem ser feitas no site do programa até ao dia 14 de abril e as startups selecionadas serão anunciadas em maio. Projetos em áreas como a mobilidade urbana ou pagamentos entre cidadãos e instituições governamentais são apenas alguns exemplos de iniciativas que o programa irá considerar.
Serão escolhidas oito empresas para o programa. “Queremos selecionar as melhores e as mais relevantes fintechs, tendo em conta o que os nossos parceiros procuram, e facilitar a implementação de programas piloto em ambos os mercados”, disse o responsável.
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