É a quarta subida consecutiva no desemprego registado em Portugal, medido pelo número de inscritos nos serviços públicos de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Em novembro, o número de desempregados inscritos aumentou 3% em cadeira, ou seja face a outubro deste ano, e 5,3% tendo como referência o mesmo mês do ano passado, para 312.310 pessoas, revelam os dados divulgados esta quarta-feira pelo IEFP.
“No fim do mês de novembro de 2023, estavam registados, nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, 312 310 indivíduos desempregados, número que representa 66,4% de um total de 470.603 pedidos de emprego”, aponta a nota estatística que acompanha os dados. O total de desempregados registados no país foi superior ao verificado no mesmo mês de 2022, com mais 15.587 (+5,3%) pessoas registadas nos centros de emprego e mais 8.954 (+3%) face ao mês anterior.
Só Açores e Madeira escapam
A análise regional dos dados mostra que no mês de novembro, com exceção dos Açores (-14,1%) e da Madeira (-24,6%), o desemprego aumentou em termos homólogos, com o valor mais acentuado na região do Alentejo(+11,6%). Já na comparação com o mês anterior, setembro, com exceção das regiões do Centro e Lisboa e Vale do Tejo, a tendência é de aumento do desemprego, com a maior variação a acontecer na região do Algarve (+62,7%) e do Alentejo (+6,8%).
Segundo o IEFP, para o aumento do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2022, na variação absoluta, contribuíram os desempregados inscritos há menos de 12 meses (+21.855). Em sentido inverso, verificou-se em novembro uma diminuição dos inscritos há 12 ou mais meses no ficheiro dos Serviços de Emprego (-6.268).
Considerando os grupos profissionais dos desempregados registados no continente, os mais representativos eram os “Trabalhadores não qualificados" (27,5%), os “Trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores” (20,4%) e o "Pessoal administrativo"(11,7%). Já relativamente ao mês homólogo de 2022 e tendo em conta os grupos profissionais com maior expressão, observa-se um acréscimo no desemprego, na maioria dos grupos profissionais, com destaque para os "Trabalhadores não qualificados" (+10,3%) e "Trabalhadores de Serviços Pessoais, de proteção e segurança e vendedores"(+6,2%), sinaliza o IEFP.
Ao longo do mês de novembro inscreveram-se nos centros de emprego nacionais 58.900 desempregados. Número que supera quer o registado no mesmo mês de 2022 (+4.552; +8,4%) quer no mês anterior(+4.206; +7,7%). Já as ofertas de emprego recebidas ao longo do mês totalizaram 9.483, mais 722 (+8,2%) do que em novembro de 2022, mas menos 1.257 (-11,7%) do que as registadas no mês passado.
Em novembro ficaram por preencher 13.240 ofertas disponíveis nos serviços de emprego de todo o país. O número corresponde a uma diminuição das ofertas em ficheiro face ao mês homólogo 16.9% (menos 2.694) e de 11,1% (menos 1.658) quando comparado com o mês de outubro deste ano.
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