O preço grossista no mercado ibérico de eletricidade (Mibel) alcançará esta segunda-feira, 7 de março, novos máximos históricos: será o dia mais caro de sempre em Portugal e Espanha, com um preço médio diário de 442,54 euros por megawatt hora (MWh), mas também terá a hora mais cara de sempre, com o pico diário a chegar aos 500 euros por MWh.
Os dados do OMIE, o operador do Mibel de contratação para o dia seguinte, indicam que o casamento entre oferta e procura de eletricidade em Portugal e Espanha para esta segunda-feira ditará um intervalo de preços horários entre os 379,02 euros por MWh (na última hora do dia) e os 500,00 euros por MWh (às 8h e 9h e às 20h).
O resultado será um preço diário de 442,54 euros, que não só configura um disparo de quase 17% face ao preço deste domingo, mas também um substancial aumento face ao anterior máximo histórico do Mibel, que datava de 23 de dezembro de 2021, quando a eletricidade no mercado grossista foi transacionada a 383,67 euros por MWh.
Este forte aumento do preço grossista da eletricidade na Península Ibérica reflete um aumento do volume de energia que será adquirida às centrais de ciclo combinado a gás natural (pressionadas pelos preços recorde também no gás natural), que serão chamadas a produzir mais para compensar um volume de produção relativamente reduzido nos parques eólicos na Península Ibérica.
Mas além desse volume acrescido na atividade das centrais a gás esta segunda-feira também será marcada por maiores contributos das centrais hidroelétricas, coincidentes com os picos de preços horários do início da manhã e da noite.
As horas de preços mais caros desta segunda-feira tiveram os valores de fecho do preço ditado por várias tecnologias em simultâneo, que cobraram exatamente os mesmos 500,00 euros por MWh para produzir a essas horas (8h e 9h e ainda às 20h): centrais hidroelétricas com bombagem, centrais de ciclo combinado, entre outros produtores.
O preço médio histórico do Mibel desde que este mercado foi criado, em 2007, rondou os 50 euros por MWh até 2020 (um décimo do pico de preço que será registado esta segunda-feira), mas em 2021 os valores dispararam, sobretudo a partir de meados do ano, acompanhando o disparo na cotação internacional do gás natural e também o contexto de seca e menor disponibilidade de água nas barragens.
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