Turismo

Dormidas de portugueses não-residentes no Algarve caíram 7,5% durante os meses de verão

Praia de Tavira, Algarve
Praia de Tavira, Algarve
John Keeble/Getty Images

Em relação a 2023, houve menos 4400 dormidas por dia no distrito de Faro por parte de turistas nacionais de outras regiões do país. Esta é uma estimativa da PSE, empresa especialista em estudos de análise de dados digitais, feita a partir da monitorização de telemóveis de quase 3700 pessoas

Dormidas de portugueses não-residentes no Algarve caíram 7,5% durante os meses de verão

Hélio Carvalho

Jornalista

Os empresários já tinham avisado. O turismo no Algarve continuou a crescer, mas a classe média portuguesa, que tipicamente é uma fatia importante dos frequentadores das praias do sul do país, chega em menor número. Em agosto, a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) disse ao Expresso que essa classe média não tem “capacidade para pagar os preços que se praticam em julho e agosto”.

Segundo os dados divulgados esta quinta-feira pela consultora PSE, o número de dormidas de portugueses não-residentes no distrito de Faro, durante os três meses do verão, caiu 7,5% em relação aos meses de junho, julho e agosto do ano passado. Num comunicado a que o Expresso teve acesso, os dados da PSE dão conta que a média de dormidas diárias foi de 54.289, menos 4430 do que em 2023, quando a média foi de 58.719.

A maior quebra foi registada durante o mês de julho, em que o número de dormidas feitas por cidadãos portugueses caiu 11,8% relativamente a julho do ano passado. Em junho, a redução foi de 7,8% e em agosto a média de dormidas diárias caiu 5,3%.

PSE Painel de Mobilidade 2024

Em agosto, a AHETA notou uma queda de 2,3% nos portugueses alojados no Algarve durante o mês de julho, em relação ao mesmo período de 2023, embora o aumento de turistas estrangeiros tenha compensado a falta de procura nacional, crescendo também a receita por quarto disponível.

Na altura, o presidente da Região de Turismo do Algarve, André Gomes, explicou que, apesar da redução, especialmente na restauração e nas refeições fora de casa, e da “perceção de haver menos gente e de algum decréscimo no período de verão", os portugueses continuam a ser "o principal mercado no Algarve, mesmo nos meses de julho, agosto e setembro, com uma quota de mais de 30%”.

Além disso, outra explicação para a menor procura pode ser o facto de os portugueses estarem à procura de outras regiões, preferindo ir ao Algarve fora da época balnear. "Desde há alguns anos, após a pandemia, o mercado nacional abriu-se a outras opções para ficar nos meses de verão, até em regiões do interior”, destacou ao Expresso o presidente da Região de Turismo do Algarve.

A PSE, uma empresa especialista em estudos de análise de dados digitais, esclarece que o estudo não distingue os diferentes tipos de alojamento, como hotéis, alojamentos locais ou outro tipo de dormidas existentes na região sul do país.

A empresa aponta na nota técnica que a recolha de dados diária foi feita através de monitorização de localização e meios de deslocação via aplicação móvel, com uma amostra de 3670 indivíduos, provenientes do Grande Porto, Grande Lisboa, Litoral Norte, Litoral Centro e Distrito de Faro. A margem de erro do estudo é de 1,62% para um intervalo de confiança de 95%, tendo em conta uma população de quase 7 milhões de indivíduos residentes no Grande Porto, Grande Lisboa, Litoral Norte e Litoral Centro.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hcarvalho@expresso.impresa.pt

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