O ano de 2024 perfila-se como sendo novamente de crescimento para o turismo em Portugal, mas há “problemas estruturais” no país a serem resolvidos que não são compagináveis com a instabilidade política que se vive - frisou Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), no congresso da Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal (ADHP), que decorre em Aveiro.
“Podemos continuar a contar com os nossos hotéis cheios de turistas e esperar uma boa Páscoa. É certo que as tarifas estão a subir, mas as reservas para o fim de semana pascal estão em alta, atingindo 80% a 100%”, adiantou o presidente da Confederação do Turismo de Portugal.
“Se 2024 igualar o de 2023, já será um resultado bom”, realçou Francisco Calheiros, realçando que o ano passado “deixou um sorriso ao sector do turismo”, tendo trazido ao país “30 milhões de hóspedes e 77 milhões de dormidas, além de receitas turísticas de 25 mil milhões de euros, foi o ano mais rentável de sempre”.
Mas o principal ‘busílis'’ coloca-se a nível interno. “Acabámos de sair de eleições legislativas, que nos deixaram numa situação política instável”, frisou Francisco Calheiros, lembrando que o "o futuro do turismo e dos hotéis depende muito de decisões políticas”.
“O país e o turismo precisam de estabilidade política para resolver problemas estruturais”, reiterou Francisco Calheiros, destacando as principais questões que estão à espera de decisão, em particular o novo aeroporto, a privatização da TAP.
Promessas de Montenegro e Pedro Nuno Santos sobre o aeroporto
“Continuamos à espera do novo aeroporto, o país exige esta decisão, não podemos esperar mais, e esperamos que seja uma prioridade absoluta do novo Governo”, salientou o líder da confederação de turismo.
Calheiros lembrou ainda que “os dois principais candidatos a primeiro-ministro”, Luis Montenegro e Pedro Nuno Santos, compareceram a almoços-debate promovidos pela CTP no período da pré-campanha “e prometeram que a primeira decisão a tomar, se ganhassem as eleições era sobre o novo aeroporto”.
Também o presidente da ADHP, Francisco Garrido, enfatizou na abertura do congresso, que “2022, foi positivo, 2023 excecional, e em 2024 temos uma certeza: será igualmente um excelente ano”.
“No entanto, num momento em que se inicia um novo ciclo político, não podemos continuar a esconder-nos e a adiar a resolução dos problemas que existem no nosso sector, e nunca foram resolvidos”, sublinhou o responsável da ADHP.
“Estamos a falar do aeroporto de Lisboa, da ferrovia de alta velocidade ou do reconhecimento das profissões e respetivos profissionais”, explicitou Fernando Garrido, defendendo que “é fundamental que o novo governo tenha a coragem e reúna a convergência das forças políticas para que se assuma a resolução destes problemas estruturais, colocando de parte as questões políticas”.
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