Os proveitos totais do turismo em Portugal totalizaram 6 mil milhões de euros no ano passado, mais 20,1% que em 2022, o que significa que foi atingido um novo recorde, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta quarta-feira.
Dos 6 mil milhões de euros, 4,6 mil milhões são proveitos de aposento - mais 21,3% que em 2022.
Só em dezembro os proveitos totais ascenderam a 289 milhões de euros (crescimento de 13,9% em relação a dezembro de 2022), dos quais 204,2 milhões de aposento (uma subida de 15%).
O INE indica ainda que, em todo o ano de 2023, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) aumentou 9,2%, atingindo 113,1 euros. A maior subida deu-se em ambas as regiões autónomas (ambas com 14,3%), seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa (12,2%). Este valor foi mais alto nos aparthóteis de cinco estrelas, tendo atingido os 208 euros.
Mas se olharmos para os proveitos totais, entre os maiores aumentos já não encontramos a Madeira. Encontramos, sim, os Açores (25,9%), seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa (24,5%) e o Norte (24,2%). Ainda assim, Lisboa representou a maior fatia dos proveitos totais (1,9 mil milhões de euros em todo o ano de 2023).
Se em 2022 o recorde de receitas estava, em grande parte, relacionado com o efeito de aumento dos preços, pois o número de dormidas era inferior ao de 2021, o mesmo não se verificou no ano passado. Em 2023 os estabelecimentos de alojamento turístico registaram 32,5 milhões de hóspedes e 85,2 milhões de dormidas, o que corresponde a aumentos de 12,7% e 10,4% face a 2022 e valores acima de 2019, ou seja, novos máximos históricos.
O INE refere que as dormidas de residentes aumentaram 2,5% e as de não residentes cresceram 14,8%.
No ano passado o Algarve manteve-se como o principal destino turístico nacional a nível de dormidas (26,4% das dormidas em 2023), mas foi a única região nacional que não superou os níveis pré-pandemia (-2,5% face a 2019). "O número total de hóspedes que pernoitaram nos estabelecimentos de alojamento turístico do Algarve apresentou uma evolução distinta da evolução das dormidas, face a 2019, registando um aumento de 1,4%, o que reflete uma diminuição da estada média (-3,8%)", explica o gabinete estatístico.
Se analisarmos os municípios e não apenas as regiões, não é no Algarve que se situa o concelho com mais dormidas. Foi sim a capital, Lisboa, que “concentrou 19,6% do total de dormidas, atingindo 15,1 milhões dormidas”, tendo concentrado “23,9% do total de dormidas de não residentes registadas no país” no ano passado.
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