Turismo

Este ano houve recordes na venda de viagens, mas 2024 poderá trazer "desaceleração", adverte presidente da APAVT

“Apesar das guerras e das crises políticas na Europa, a verdade é que as reservas que temos até à data nos permitem estar otimistas com a venda de viagens em 2025", frisa Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT
“Apesar das guerras e das crises políticas na Europa, a verdade é que as reservas que temos até à data nos permitem estar otimistas com a venda de viagens em 2025", frisa Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT
D.R.

Congresso da associação das agências de viagens decorre no Porto, tendo como foco o tema da Inteligência Artificial e os impactos esperados para o turismo

O ano de 2023 trouxe recordes na venda de viagens a nível nacional, mas neste final de ano multiplicanm-se as incógnitas no sector em relação a 2024, alertou Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), no congresso anual da associação que decorre no Porto entre esta quinta-feira e 2 de dezembro, sob o tema “Inteligência Artificial, a Revolução do século XXI”.

“2023 não foi o ano da total regeneração, nem o poderia ser; mas sim, foi um ano de recuperação, e de reconfirmação”, salientou o presidente da APAVT, enfatizando que o ano está a ser para o sector “de recuperação porque as agências de viagens tiveram, de um modo geral, uma boa demonstração de resultados, nalguns casos, a melhor de sempre”.

“Foi também um ano em que o sector das agências de viagens bateu recordes de emissão de passagens aéreas regulares; aumentando a influência na operação de lazer dos portugueses, com novos destinos e mais operações charter; aumentando a capacidade de trazer eventos e turistas para todos os cantos do nosso país”, explicitou Costa Ferreira, enfatizando que “da mais difícil página da nossa mais recente história, a crise pandémica, reergueu-se um sector”.

“Sim, 2023 foi um ano de recuperação e de reconfirmação, para as agências de viagens”, mas “apesar do bom ano para contar, a verdade é que uma realidade complexa se desenha perante nós, quando olhamos para 2024”, advertiu o presidente da associação das agências de viagens, elencado uma de motivos: “uma guerra que se alonga e que se alastra para outras partes do mundo, a inflação que se mantém, apesar de menos dinâmica; as taxas de juro que continuam a crescer, a instabilidade política internacional, e agora também nacional”.

“Por tudo isso, ninguém se espantaria se o 2024 fosse um ano de desaceleração dos fantásticos números entretanto alcançados, o que não deixará de impactar o sector, que, trabalhando a ritmo superior a 2019, é certo, está também a amortizar as dívidas contraídas ao longo da crise pandémica”, concluíu Pedro Costa Ferreira.

Sobre o tema da Inteligência Artificial, que dá o mote ao congresso da APAVT, Costa Ferreira destacou que “já permite, realizar tudo o que é rotineiro, com mais rapidez, menos custos e eventualmente de uma forma mais perfeita”.

“Vai a inteligência artificial ultrapassar-nos a todos, fazendo implodir o sector?”, questionou o presidente da associação das agências de viagens. “Não sabemos. Mas temos já a certeza de que seremos ultrapassados por quem utilizar a inteligência artificial”.

O ambiente incerto com a recente demissão do Governo também foi mencionado na abertura do congresso no Porto. “A última coisa que precisávamos era de uma crise política”, realçou Costa Ferreira, destacando a situação complexa que se vive com guerras que se prolongam, “inflação que perdura e cicatrizes abertas pela pandemia”. O presidente da APAVT deixou expresso o desejo “que saia das próximas eleições uma solução que não nos envergonhe a todos”.

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