Tecnologia

Líder da Alibaba.com aponta inteligência artificial como meio de globalização

Kuo Zhang, presidente do Alibaba.com,
Kuo Zhang, presidente do Alibaba.com,
Sam Barnes / Web Summit / Sportsfile

Alibaba.com está apostada em reforçar o ecossistema de comércio eletrónico com ferramentas que produzem imagens e fazem traduções automáticas com recurso a Inteligência Artificial

Kuo Zhang, presidente da plataforma de comércio eletrónico Alibaba.com, subiu esta tarde ao palco principal da Web Summit, em Lisboa, em manifesta missão comercial. “Lançámos a 1 de novembro a plataforma Smart Assistant e as 2000 empresas que já a usam reforçaram em 20% as interações e garantiram mais 10% de conversões (de clientes)”, anunciou o gestor que lidera o super endereço de comércio eletrónico chinês.

Sem enredos rebuscados ou intentos políticos, a lição estava bem estudada:até à data, a Alibaba.com tem atuado como um como ponta de lança do comércio com origem na China, mas nos tempos que se avizinham há a expectativa de reforçar cada vez mais o papel de elo de ligação de empresas de várias geografias. E para isso há diversificar tanto forncedores como compradores.

“Se ainda acreditamos na Globalização? Sim!”, pergunta e responde o gestor – e pouco mais se ouve nesta participação sobre algo que possa levar uma qualquer diplomata ou representante político a franzir a sobrancelha.

Jack Ma, fundador do conglomerado digital, não foi esquecido, ainda que possivelmente o mundo hoje já se questione sobre quem foi o homem que, em tempos, surgiu como o que de mais parecido havia na China com um Jeff Bezos (líder e fundador da Amazon), mas que acabou por demitir-se e desaparecer subitamente dos holofotes, alegadamente, devido a um conflito político com as autoridades de Pequim, que nunca ficou totalmente esclarecido.

Seria altamente improvável que Kuo Zhang viesse à Web Summit e se alongasse sobre o fundador, mas não deixou de honrar o passado de onde veio o Alibaba.com para apontar o futuro que pretende alcançar. E lá surge a descrição do Smart Assistant num tom que não será assim tão diferente do de um agente comercial, mas que até poderá ter sido bem sucedido, tendo em conta que a audiência bem composta do Altice Arena há vários empresários e candidatos a empresários.

“A tecnologia tem gerado impacto no comércio mundial”, reitera Kuo Zhang, no momento de apelar aos corações dos donos de Pequenas e Médias Empresas (PME).

Kuo Zhang, presidente do Alibaba.com,
Sam Barnes / Web Summit / Sportsfile

Com mais de 40 milhões de empresas compradoras e 200 mil fornecedores registados, a Alibaba.com está apostada em superar a última fronteira que lhe resta – aquela que é desenhada quando é preciso fazer negócios com uma cultura diferente.

Para isso, conta com uma caixa de ferramentas de Inteligência Artificial, que permite produzir legendas em 18 idiomas a partir de vídeos de apresentação de produtos, mas também garante a quem pretende vender algo novo recriar cenários potencialmente imaginários – mas credíveis – para apresentar um produto.

Esta funcionalidade tanto produz resultados com fotos como com vídeos. Dados macroeconómicos, pesquisas a partir de fotos e até seguros que suportam falhas nos pagamentos ou nas entregas completam a oferta. A título de exemplo, Kuo Zhang dá a conhecer três negócios que já garantiram o sucesso depois de encontrarem fornecedores e clientes no ecossistema da Alibaba.com – e eventualmente não tiveram de proferir uma única palavra num idioma estrangeiro para expressarem aos fornecedores aquilo que pretendiam comprar.

“O comércio internacional pode ser complexo para as PME”, diz o gestor chinês. Possivelmente, até isso está em vias de mudar com a Inteligência Artificial.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: senecahugo@gmail.com

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