Imobiliário

Lisboa é a oitava cidade mais atrativa para investir em residências universitárias entre 40 localizações na Europa

Lisboa é a oitava cidade mais atrativa para investir em residências universitárias entre 40 localizações na Europa
Nuno Fox
Um estudo da JLL, que analisou 40 cidades, mostra que Lisboa é das mais atrativas para se investir em residências universitárias. Este ranking é liderado por Londres, Paris e Barcelona

A cidade de Lisboa é a oitava cidade mais atrativa para investimento em nova oferta de residências estudantis, segundo o relatório “European PBSA: Investing in the Future”, da consultora JLL, que analisa um total de 40 cidades.

Segundo indicado em comunicado, divulgado esta terça-feira, estima-se que faltem três milhões de camas na Europa, um défice que se deverá agravar em mais 200 mil camas nos próximos cinco anos. A atual oferta de residências privadas de estudantes na Europa soma 800 mil camas, sendo necessário crescer quatro vezes para satisfazer a procura existente.

De acordo com a JLL, os investidores são “atraídos pela solidez dos valores praticados e bom desempenho operacional”. Segundo o estudo, há uma oportunidade de investimento de 450 mil milhões de euros neste mercado, 34 vezes o recorde anual europeu de investimento imobiliário, que foi observado em 2022.

No estudo, a JLL analisa 40 cidades europeias em termos da procura por parte dos estudantes, da oferta de residências universitárias e do seu potencial de desenvolvimento, a maturidade do mercado, desempenho operacional, acessibilidade e adequação de eficiência energética do atual stock. Tendo todos estes fatores em conta, Lisboa aparece como a oitava cidade mais atrativa para investir nestas soluções, num ranking liderado por Londres, Paris e Barcelona.

Lisboa viu o número de estudantes crescer 83% entre os anos letivos de 2016/2017 e 2022/2023, e, especificamente entre o segmento de alunos internacionais, a taxa de crescimento foi de 100%, refere o relatório.

Assim, a capital portuguesa surge como a décima cidade do estudo com maior número de estudantes, mas “é também uma das cidades onde a escassez de oferta é mais acentuada, sendo a quarta com maior carência de stock face à procura existente”. O estudo indica que a taxa de provisão existente em Lisboa é uma das mais baixas da Europa, com uma capacidade de resposta a menos de 4% da procura ativa.

É esperado que a capital portuguesa duplique o atual stock em cinco anos. Ainda assim, espera-se que a capacidade de resposta se mantenha abaixo dos 10% da procura ativa.

“Temos efetivamente um problema de falta estrutural de oferta e, de facto, é necessário bastante mais pipeline [novos projetos]. Mesmo com o reforço previsto do stock que este estudo aponta e que coloca Lisboa entre as cidades com a taxa de crescimento da oferta mais elevada nos próximos cinco anos, vamos continuar muito abaixo das necessidades da procura, até mesmo num cenário conservador quanto ao crescimento do número de estudantes”, notou, citada em comunicado, Joana Fonseca, líder do departamento de pesquisa da JLL.

Contudo, existem desafios, como alertou André Vaz, da JLL: “Por um lado, as questões de licenciamento, com processos muito demorados e o facto de não existir uma licença específica [para estas residências]. Por outro lado, as questões de localização e equação custo/retorno, que é comum a todos os mercados e que é também um tema relevante em Lisboa. A maioria dos polos universitários da capital situam-se em zonas prime, onde há falta de terrenos ou o custo de aquisição dos mesmos é muito elevado”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rrrosa@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate