No mesmo dia em que se ficou a saber que os preços da habitação em Portugal aumentaram 8,7% no segundo trimestre do ano, face ao mesmo período de 2022, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, o banco BPI não descarta um cenário de estabilização dos preços das casas, ainda este ano.
Na sua análise de conjuntura sobre o sector da habitação publicada esta quinta-feira, o departamento de pesquisa daquele banco admite que o abrandamento da procura pode ser “compatível com um comportamento de estabilização dos preços”.
No entanto, os mesmo responsáveis admitem que “existe um conjunto de fatores que podem estar a sustentar e a empurrar os preços em alta novamente”.
Desemprego baixo e travagem nos juros podem continuar a ‘empurrar’ preços
E apontam, no mesmo documento, a manutenção do desemprego em níveis muito baixos bem como a perceção de que o ciclo de política monetária se aproxima do seu fim. “Ou seja, não sendo possível um ajuste rápido da oferta (mais imóveis no mercado num curto espaço de tempo), o ajustamento pela via da procura teria sempre de passar pelo aumento de vendas forçadas ou por uma quebra de transações muito abrupta, que não se verifica (o número de vendas baixa, mas o nível trimestral é superior à média entre 2015 e 2019)”.
Assim, e ainda de acordo com os analistas do BPI, “o baixo desemprego e a menor alavancagem em crédito das famílias não aumenta a disponibilidade para que estas coloquem os imóveis no mercado mais baratos”.
A isto há ainda a adicionar, segundo aquele banco, o dinamismo da atividade turística e os saldos migratórios positivos (de assinalar que a população estrangeira residente em Portugal aumentou em 2022 pelo sétimo ano consecutivo). Ou seja, há mais gente à procura de casa.
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