
O anúncio dos mega-investimentos do grupo Fortera, tanto no Porto, Espinho, Gaia e, mais recentemente, na margem sul do Tejo, eram sempre acompanhados da ideia de que a sua concretização iria revolucionar o imobiliário em Portugal
O anúncio dos mega-investimentos do grupo Fortera, tanto no Porto, Espinho, Gaia e, mais recentemente, na margem sul do Tejo, eram sempre acompanhados da ideia de que a sua concretização iria revolucionar o imobiliário em Portugal
Elisabete Soares
Em 2018, pouco mais de três anos depois de ter iniciado a atividade em Portugal, a Fortera Properties – designação inicial do grupo – anunciava investimentos de 200 milhões de euros no setor imobiliário do Grande Porto na reabilitação de edifícios e em novas construções para habitação e hotelaria.
Elad Dror, presidente do Fortera Group – um dos dois empresários implicados na Operação Babel – e nessa altura ainda pouco conhecido no mercado imobiliário – destacava a promoção de uma carteira de projetos, em várias fases de desenvolvimento, localizados em zonas da cidade do Porto, como a Boavista, Santo Ildefonso, Campanhã, Nevogilde, Senhora da Hora, em Matosinhos, e em Espinho - onde se encontrava um dos primeiros projetos em fase de construção, um empreendimento de habitação com 38 frações, com um investimento total de 7,5 milhões de euros.
Embora só tivesse construído parte destes projetos, já que a outra parte foi vendida a outros promotores, a Fortera foi ampliando a sua intervenção no mercado imobiliário do Norte do país, com o anúncio, em 2020, de dois grandes projetos em Vila Nova de Gaia – visados agora na operação que envolve o responsável do urbanismo da autarquia de Gaia - como foi o caso dos projetos Skyline, que previa a construção de um hotel, centro de congressos, superfícies comerciais e escritórios e o projeto residencial Alive Riverside Gaia, com cerca de 590 frações, numa área bruta de 44.200 metros quadrados (m2), que numa primeira fase colocou no mercado para venda, justificada na altura como uma estratégia do grupo para fazer face aos avultados investimentos.
O anúncio dos mega-investimentos do grupo Fortera eram sempre acompanhados com a ideia de que a sua concretização iria revolucionar o imobiliário em Portugal. No caso do Espinho Business Center, apresentado em junho de 2021 - que combina habitação, serviços, comércio e hotelaria, o grupo israelita pretendia, de acordo com a informação divulgada na altura, “criar um novo conceito de vida em Portugal no seio dos edifícios habitacionais”. O objetivo da empresa era “criar um impacto duradouro nas cidades, que reformule o modo de viver em das pessoas”.
Mais impactante ainda foi o conceito Alive by Fortera, que como referiu o presidente da empresa na apresentação do projeto Alive Riverside – abril de 2022 – “vai revolucionar como as pessoas se relacionam nos edifícios que habitam, pois não falamos apenas de edifícios residenciais!”
Assim, “além da inovação, do conforto e da qualidade, criaremos um ambiente familiar entre condóminos, suportado pelas valências do edifício, um condomínio privado, que proporciona zonas de lazer para as crianças, áreas para o desporto e para o tão já falado “houseworking” (espaço de tarefas domésticas) numa valência de interação comum entre condóminos”.
O grupo Fortera anunciou ainda na altura a implementação, em Portugal, de um novo conjunto de serviços em todos os seus edifícios. Comodidades que têm como objetivo “facilitar” a vida das pessoas.
Segundo o grupo esta iniciativa iria abarcar 1.000 novas habitações, representando um investimento inicial de cerca de 115 milhões de euros e a previsão de investimento global de 500 milhões de euros em 5 anos.
Mais recentemente o grupo Fortera anunciou a chegada à região metropolitana de Lisboa, com a promessa de que iria replicar conceito de habitação Alive no sul da região metropolitana de Lisboa, num novo projeto residencial que terá um investimento de mais de 200 milhões de euros, e onde quer “fomentar o sentido de comunidade e proporcionar uma habitabilidade plena no século XXI nos seus empreendimentos”, destaca o comunicado enviado à imprensa.
Os primeiros passos deste novo empreendimento deverão ser dados na Margem Sul já no final de 2023, estando a conclusão do empreendimento previsto para 2026. Contudo, na informação enviada ficou por identificar o projeto, localização, investimento e as suas características.
O objetivo da Fortera para a margem sul de Lisboa “é uma expansão residencial e comercial para criar um novo central business district (CBD)”, acrescentava o grupo.
De acordo com o site, o grupo Fortera atualmente está a desenvolver e a gerir vários projetos “com mais de 1.000 apartamentos, 818 quartos de hotéis e 235.000 m2 de uso misto”, com “mais de 700 milhões de euros de projetos em curso para os próximos 5 anos”.
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