Imobiliário

Portugal corre o risco de ter uma crise no imobiliário?

7 maio 2023 8:43

Helder C. Martins

Helder C. Martins

texto

Jornalista

O FMI alerta que a crise da habitação não é só de procura mas também de oferta

joão carlos santos

Inflação e subida das taxas de juro motivam sinais de alerta, mas economistas afastam risco de colapso do mercado como aconteceu em 2009

7 maio 2023 8:43

Helder C. Martins

Helder C. Martins

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Jornalista

O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu desdobram-se em alertas quanto à situação do mercado imobiliário na Europa, e Portugal não escapa às chamadas de atenção. Subida rápida dos juros, inflação, exposição ao crédito e incógnitas quanto à evolução da economia são o pano de fundo destes alertas. Analistas contactados pelo Expresso recusam a possibilidade no imediato de uma crise tal como aconteceu em 2009 — em que a situação do imobiliário contagiou as economias —, mas afirmam que o mercado está num momento de viragem. Admitem que há motivos de preocupação, mas afastam o risco de um colapso do mercado.

O FMI insistiu, na semana passada, que países como Portugal, em que existe uma crise de falta de habitação, devem reforçar a vigilância para acautelar a estabilidade financeira e realizar testes de stresse. E que em muitos países como Portugal tem existido um problema do lado da oferta para o qual são precisas soluções. No início do abril, o FMI alertara que Portugal é o 8º país — em 27 analisados — mais exposto à possibilidade de uma crise motivada pelo imobiliário. Os economistas do Fundo consideram que economias “com elevados níveis de endividamento das famílias e uma parte maior da dívida emitida a taxas de juro variáveis estão mais expostas a maiores amortizações de empréstimos, com um maior risco de uma vaga de crédito malparado”.