Em 2022, cidadãos de 78 nacionalidades compraram casa em Lisboa

Franceses, norte-americanos e chineses lideraram as compras, em especial nas freguesias de Santo António, Estrela e Arroios
Franceses, norte-americanos e chineses lideraram as compras, em especial nas freguesias de Santo António, Estrela e Arroios
Coordenador de Economia
Compradores oriundos de 78 nacionalidades adquiriram 1.655 casas em Lisboa, durante o ano passado, num investimento que ascendeu a 894,3 milhões de euros.
A informação foi divulgada esta quarta-feira, pela base de dados Confidencial Imobiliário (CI), que apurou ainda que os estrangeiros investiram, em média, 540,4 mil euros por operação, durante o ano de 2022 na principal cidade do país (excluindo as freguesias de Santa Clara, Lumiar e Parque das Nações).
O montante investido fica 7% abaixo dos 957,5 milhões de euros registados em 2021 e, em número de imóveis, a quebra é de 10%, comparando com as 1.845 habitações adquiridas no ano anterior.
A CI conclui também que, em número de nacionalidades compradoras, “a diferença é pouco expressiva, contabilizando-se 86 países ativos em 2021”.
“Os níveis de atividade, em termos de montante investido, imóveis adquiridos e nacionalidades ativas, ficam pouco abaixo de 2021, sendo que este último foi um ano recorde influenciado por um contexto de corrida às aquisições para obtenção dos vistos gold, cujas regras seriam alteradas. Deduzindo este efeito, vemos em 2022 uma atividade em níveis superiores a qualquer um dos anos anteriores, o que significa que o interesse internacional não se dissipou depois de Lisboa deixar de ser elegível para os vistos gold”, explica Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário.
O mesmo responsável acrescenta que “isso é visível pela manutenção dos elevados níveis de atividade e da diversidade das nacionalidades ativas”.
Na análise por freguesias, as preferências foram para Santo António (138,0 milhões de euros), Estrela (135,3 milhões), Arroios (97,9 milhões), Misericórdia (89,3 milhões), Avenidas Novas (78,1 milhões) e Santa Maria Maior (76,5 milhões).
Contudo, e segundo a CI, há um “claro aumento do interesse” por várias freguesias do eixo ocidental como Belém, Ajuda e Alcântara, e outras do eixo oriental, casos de Marvila, Beato e Olivais. “Foi nestas freguesias que o investimento estrangeiro mais cresceu”.
Quanto à nacionalidade dos compradores, de acordo com a CI, tal como tem acontecido desde 2018, o top 5 continuou a ser integrado por franceses (1º), norte-americanos (2º), chineses (3º), britânicos(4º) e brasileiros (5º), que, em conjunto, fizeram quase 60% do investimento internacional.
São os brasileiros quem mais investe por operação, com uma média de quase 700 mil euros, enquanto os franceses investiram, em média, 625,9 mil euros por transação. Norte-americanos, chineses e britânicos investiram, em média, 500 mil euros.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: VAndrade@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes