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Porto quer modernizar Campanhã à boleia da alta velocidade

Porto quer modernizar Campanhã à boleia da alta velocidade
D,R.

O plano de urbanização da Campanhã, no Porto, tem prevista uma passagem superior entre as linhas ferroviárias, de forma a que estas deixem de ser uma barreira à mobilidade

Elisabete Soares

O projeto para a alta velocidade, que agora dá os primeiros passos, poderá ser o motor que vai permitir a profunda transformação da zona de Campanhã, na parte oriental da cidade do Porto.

A autarquia do Porto, a Infraestruturas de Portugal (IP) e o Governo consideram que esta é a oportunidade para avançar com uma verdadeira revolução urbanística, permitindo que a linha de caminho de ferro que atravessa a freguesia de Campanhã deixe de ser uma barreira para se tornar no motor da transformação desta zona da cidade.

O Plano de Urbanização de Campanhã está a ser desenvolvido por Joan Busquets, arquiteto catalão, em conjunto com a autarquia do Porto e a IP. Na apresentação do projeto — que decorreu recentemente nos Paços do Concelho e contou com a presença do ministro das Infraestruturas, João Galamba, e com o vice-presidente da IP, Carlos Fernandes —, e segundo a versão apresentada pelo arquiteto, o plano tem prevista “uma passagem superior entre as linhas ferroviárias”, mantendo todos “os elementos existentes atuais e permitindo o desenvolvimento ligado à estação na parte nascente”, referiu.

Joan Busquets acrescentou que o projeto será um desafio para toda a cidade: “Campanhã será um lugar que terá muitas mobilidades, bem implementadas. Irá ser uma centralidade que vai jogar com outro tipo de valências, numa espécie de anel híbrido”, destacou.

Rui Moreira reconhece que a ‘alta velocidade’ vai transformar a zona oriental do Porto

Na altura, o presidente da autarquia, Rui Moreira, reconheceu que o projeto para a alta velocidade, associado ao plano, vai operar uma profunda transformação na zona oriental da cidade. Apesar dos problemas de coesão social e territorial, Campanhã “é a freguesia com mais potencialidades de desenvolvimento da cidade do Porto”, destacou o autarca.

Por isso “este projeto permitirá eliminar barreiras físicas à mobilidade, melhorar as acessibilidades e estabelecer ligações entre áreas verdes”. Este facto vai permitir que esta zona se torne “mais atrativa para o investimento público e privado em habitação, em comércio, serviços e startups, em iniciativas culturais ou em projetos ambientais”, frisou.

E lembrou, a propósito, que em 2018 foi desenvolvido um masterplan que define as linhas estratégicas de atuação do município na zona oriental da cidade. Na intervenção municipal recente destaca-se, entre outros, a conclusão do Terminal Intermodal e a ampliação do Parque Oriental, para além da concessão ao grupo Mota-Engil do antigo Matadouro Indus­trial, que prevê uma vertente empresarial mas também artística. Destaca-se ainda a construção da futura Ponte D. António Francisco dos Santos, que irá ligar Oliveira do Douro, no lado de Gaia, a Campanhã, no lado do Porto.

Pedro Baganha, vereador do Urbanismo e Espaço Público, considera que este foi “o primeiro minuto” do Plano de Urbanização de Campanhã. “É tempo de virar a página, o paradigma de desenvolvimento deste território alterou-se com uma nova visão que se tem para o futuro desta zona”, vincou, adiantando que o plano passará ainda por “criar um pequeno Plano Diretor Municipal para as zonas de Bonfim e Campanhã”.

João Galamba diz que “vai ser criada cidade à volta da estação”

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, deixou a garantia de que “vai ser cria­da cidade à volta da estação de Campanhã”, frisando que será “de ambos os lados da linha férrea, numa nova centralidade com diferentes usos e serviços, muito para além do mero interface de transportes”. Acrescentou que “o projeto da alta velocidade, cuja execução permitirá a requalificação da zona de Campanhã, será a ­maior transformação na ferrovia em Portugal no último século”.

Em termos de prazos, o investimento na transformação da estação de Campanhã vai depender do avanço do projeto de alta velocidade a cargo da IP. Contudo, o cronograma apresentado pelo ministro aponta para final desta década.

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