Energia

EDP perde 6% dos seus clientes de eletricidade no mercado livre num ano

Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDP.
Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDP.
Nuno Botelho

No segundo trimestre deste ano a EDP acentuou o ritmo de perda de clientes no mercado liberalizado de eletricidade. Mas teve um melhor desempenho no negócio de produção, com 98% da geração de eletricidade no primeiro semestre a resultar de fontes renováveis

EDP perde 6% dos seus clientes de eletricidade no mercado livre num ano

Miguel Prado

Editor de Economia

A EDP viu a sua base de clientes de eletricidade no mercado liberalizado em Portugal encolher 6% no espaço de um ano: passou de 3,85 milhões de contratos em junho de 2023 para 3,62 milhões em junho de 2024, de acordo com os dados operacionais divulgados esta segunda-feira pela elétrica portuguesa.

Esta redução vem acentuar o ritmo de perda de clientes da EDP no mercado livre, ainda que o grupo liderado por Miguel Stilwell de Andrade mantenha o estatuto de maior fornecedor de eletricidade no país.

Em março deste ano a EDP havia registado uma perda homóloga de 5% na sua base de clientes no mercado livre em Portugal. Já no ano 2023 a elétrica tinha finalizado o ano com um recuo de 4% no número de clientes no país, após em 2022 ter registado uma queda de 3%. Em 2021 a base de clientes da EDP no mercado livre permaneceu estável.

O último ano em que o grupo conseguiu aumentar a sua carteira de clientes de eletricidade no mercado liberalizado em Portugal foi 2017, quando cresceu 3,2%, depois de uma expansão de 8% em 2016 e de um crescimento mais pronunciado, de 21%, em 2015.

Globalmente, a base de clientes de eletricidade da EDP na Península Ibérica (somando os mercados regulado e livre em Portugal e ainda o mercado espanhol) recuou 6% em junho (face a junho de 2023), para 4,52 milhões.

O volume de eletricidade comercializado na Península Ibérica no primeiro semestre recuou 9%, para 13,76 terawatts hora (TWh).

No gás natural, um mercado com menos peso na carteira de negócios da EDP, o volume comercializado na primeira metade do ano recuou 11%, para 2,58 TWh, enquanto a carteira de clientes na Península Ibérica encolheu 5%, para 576 mil.

Apesar das perdas na comercialização, a EDP fechou o primeiro semestre com um crescimento da sua capacidade instalada de produção de eletricidade: a potência operacional subiu 2%, para 29,1 gigawatts (GW). Mais expressivo foi o crescimento da produção de eletricidade no primeiro semestre, que avançou 6%, para 30,9 TWh. Segundo a EDP, 98% deste volume veio de fontes renováveis (sobretudo eólica e hídrica, mas também alguma energia solar).

Considerando apenas o segundo trimestre, a produção elétrica do grupo EDP cresceu 17% em termos homólogos, para 13,49 TWh.

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