A Greenvolt vai reforçar a sua operação no Reino Unido, com a compra de uma central de biomassa com uma potência instalada para a produção de eletricidade de 28,1 megawatts (MW). Esta central, que está já em funcionamento, está situada em Sandwich, no sudeste de Inglaterra.
A transação ascende a 195,3 milhões de libras (mais de 230 milhões de euros ao câmbio atual), informou a Greenvolt em comunicado. O negócio deverá ficar concluído até outubro deste ano.
A central adquirida produziu 210,8 gigawatt hora (GWh) no ano passado, eletricidade suficiente para cobrir o consumo de 50 mil habitações. Mas além da energia elétrica a central também produz calor, que serve indústrias próximas.
“Esta aquisição vem fortalecer a aposta do grupo Greenvolt num dos seus pilares estratégicos, a produção de energia a partir de biomassa sustentável, passando a ser um dos maiores produtores de eletricidade a partir de biomassa em Inglaterra”, comentou o presidente executivo da Greenvolt, João Manso Neto, em comunicado.
A central beneficia de apoios, que garantem a sua remuneração, até ao ano 2039.
Com este negócio, a Greenvolt passará a ter uma capacidade instalada de centrais de biomassa de 179,2 MW, dos quais 68,7 MW em Inglaterra (onde já tinha adquirido uma outra central do género perto de Londres).
Recorde-se que, apesar da aposta na energia solar e eólica, a biomassa é a génese do grupo Greenvolt, que foi criado a partir das unidades de produção de eletricidade a partir da biomassa que pertenciam à portuguesa Altri.
Greenvolt passa de lucro a prejuízo
A empresa liderada por João Manso Neto reportou ao mercado, já na madrugada desta terça-feira, as contas do primeiro trimestre, que tinham apresentação prevista para segunda-feira, 24 de junho.
A Greenvolt fechou o primeiro trimestre com um prejuízo de 2,7 milhões de euros, que compara com um ligeiro lucro de 0,3 milhões de euros em igual período do ano passado.
Descontando o efeito de operações descontinuadas, o resultado líquido da Greenvolt teria sido negativo em 1,5 milhões de euros, comparando com um ganho de 1,6 milhões de euros entre janeiro e março de 2023.
As receitas da empresa dispararam quase 60%, para 101,6 milhões de euros, mas o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) encolheu 21%, para 18,7 milhões de euros.
O aumento das amortizações e depreciações e o registo de perdas por imparidades na sua operação na Polónia acabaram por empurrar o resultado líquido para o “vermelho”.
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