Energia

Galp conclui primeira etapa do projeto petrolífero na Namíbia admitindo potencial "importante descoberta comercial"

Sede da Galp, em Lisboa.
Sede da Galp, em Lisboa.
D.R.

Projeto da Galp na Namíbia pode albergar mais de 10 mil milhões de barris de petróleo. Primeira etapa de exploração do campo Mopane foi concluída, com a empresa portuguesa a concluir que há “colunas significativas de petróleo leve”, em reservatórios de “elevada qualidade”

Galp conclui primeira etapa do projeto petrolífero na Namíbia admitindo potencial "importante descoberta comercial"

Miguel Prado

Editor de Economia

A Galp comunicou este domingo ao mercado a conclusão da primeira etapa da sua campanha de exploração petrolífera na Namíbia, onde em janeiro já havia revelado indícios promissores de petróleo. E no comunicado agora enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a empresa portuguesa reforça a sua confiança no desenvolvimento deste projeto, sublinhando que os os fluxos alcançados nos poços de teste “posicionam potencialmente o [campo] Mopane como uma importante descoberta comercial”.

Na indústria petrolífera são muitos os projetos que passam pela fase de prospeção e pelas subsequentes campanhas de exploração. Mas nem todos os campos que são alvo de estudos sísmicos e de perfurações se revelam comercialmente viáveis - acabando por ser abandonados pelos consórcios que obtiveram as concessões de prospeção e exploração.

O projeto da Namíbia, todavia, tem vindo a apresentar vários sinais promissores de que poderá vir a converter-se, de facto, num projeto comercial, alimentando o fluxo de receitas da Galp durante vários anos.

A Galp lidera o consórcio que explora o campo Mopane, com uma participação de 80% (a Namcor e a Custos têm, cada uma, uma posição de 10%).

Em janeiro a Galp já havia comunicado “colunas significativas contendo petróleo leve” em reservatórios de “elevada qualidade” na área Mopane-1X. A plataforma que tem realizado esta campanha foi deslocada depois para a área Mopane-2X, onde em março voltou a encontrar “colunas significativas de petróleo leve”, com níveis de pressão idênticos, mas a oito quilómetros de distância, o que, segundo a Galp, confirma a extensão lateral deste reservatório.

No comunicado enviado este domingo à CMVM, a Galp nota que os registos dos reservatórios já perfurados “confirmam boas porosidades, elevadas pressões e elevadas permeabilidades”. Além disso, as amostras extraídas nas perfurações feitas nos últimos meses revelam uma baixa viscosidade e concentrações reduzidas de dióxido de carbono e sulfeto de hidrogénio.

A Galp indica que os fluxos nos poços de teste alcançaram os níveis máximos permitidos para esta campanha, de 14 mil barris por dia.

A petrolífera portuguesa reitera, no comunicado agora divulgado, a estimativa já avançada de que o campo de Mopane poderá albergar mais de 10 mil milhões de barris de petróleo.

“Todos os dados da campanha de perfuração de Mopane serão analisados e integrados num modelo atualizado do reservatório. O modelo servirá de base para refinar o plano de perfuração de curto prazo da Galp, para continuar a explorar, avaliar e desenvolver o complexo mais alargado de Mopane”, acrescenta a Galp.

A Namíbia é uma das regiões mais promissoras para a Galp e outras petrolíferas, podendo nos próximos anos acrescentar uma nova fonte de receitas aos resultados da empresa portuguesa, cujos ganhos na exploração e produção de petróleo e gás vêm hoje sobretudo do Brasil, embora Moçambique comece também a ter alguma expressão.

A Galp já admitiu que deverá lançar um processo de angariação de outros investidores para os projetos na Namíbia, dada a sua escala, mas tal só acontecerá depois de consolidar as avaliações e estudos que estão em curso sobre a viabilidade comercial de Mopane.

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