Energia

Engie aumenta em 27% ganhos operacionais até setembro

Barragem de Miranda. Foto: Movhera
Barragem de Miranda. Foto: Movhera

Com melhor desempenho no negócio das renováveis, incluindo em Portugal, onde explora seis centrais hidroelétricas adquiridas à EDP, a francesa Engie aumentou o resultado operacional dos primeiros nove meses do ano e reviu em alta a sua projeção de lucros para este ano

Engie aumenta em 27% ganhos operacionais até setembro

Miguel Prado

Editor de Economia

A energética francesa Engie fechou os primeiros nove meses do ano com um resultado operacional (EBIT) de 8 mil milhões de euros, 27,4% acima do registado em igual período do ano passado, informou a empresa esta terça-feira em comunicado ao mercado.

Uma das divisões que mais contribuíram para este crescimento foi a das renováveis, cujo resultado subiu 45%, para 1,5 mil milhões de euros, em parte à boleia de uma melhoria das condições hidrológicas em França e em Portugal (onde o grupo explora seis barragens adquiridas à EDP). Recorde-se que essa foi também uma das razões da melhoria dos resultados da EDP até setembro.

Já o resultado operacional do negócio nuclear afundou-se 66%, para 332 milhões de euros, indicou a Engie. Tal deveu-se ao encerramento de dois reatores nucleares, bem como a uma taxa sobre os ganhos destas centrais na Bélgica, e custos mais elevados com depreciações. Estes efeitos apenas foram parcialmente compensados por preços de eletricidade mais altos e maior disponibilidade dos ativos nucleares a Engie na Bélgica.

Na apresentação das contas até setembro, a Engie indica ainda que o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) subiu 12%, para 11,9 mil milhões de euros. Desconsiderando o negócio de energia nuclear, cresceu 19,1%, para 11,1 mil milhões de euros.

As receitas globais da Engie recuaram, no entanto, 10,9%, para 61,8 mil milhões de euros, informou a empresa.

A presidente executiva da Engie, Catherine MacGregor, sublinhou “um muito bom desempenho financeiro” do grupo.

“Convencidos de que os ativos flexíveis são essenciais para construir um sistema de baixo carbono resiliente, decidimos acelerar o desenvolvimento das atividades de armazenamento com baterias, através da aquisição da Broad Reach Power, com sede nos Estados Unidos”, referiu ainda a gestora no comunicado de resultados.

O investimento até setembro cifrou-se em 6,3 mil milhões de euros, crescendo 20,6% em termos homólogos, enquanto a dívida financeira líquida se fixou em 24,6 mil milhões de euros.

A Engie também reviu em alta a projeção de resultado líquido recorrente para este ano. Se antes estimava ganhos de 4,7 a 5,3 mil milhões de euros, agora coloca-os no intervalo de 5,1 a 5,7 mil milhões de euros.

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