Energia

Ministro da Economia admite que "sanções dos EUA contra o Irão podem apertar" e penalizar preço do petróleo

António Costa Silva, ministro da Economia e do Mar, lembrou a importância de reforçar a aposta na transição energética. "As energias renováveis são hoje muito competitivas", sublinhou
António Costa Silva, ministro da Economia e do Mar, lembrou a importância de reforçar a aposta na transição energética. "As energias renováveis são hoje muito competitivas", sublinhou
Nuno Fox

“As tensões geopolíticas estão aí. E estão a crescer. Vivemos em grande incerteza na envolvente externa”, afirmou esta quinta-feira o ministro da Economia, António Costa Silva

Ministro da Economia admite que "sanções dos EUA contra o Irão podem apertar" e penalizar preço do petróleo

Miguel Prado

Editor de Economia

O ministro da Economia, António Costa Silva, admitiu esta quinta-feira estar preocupado com a tensão no Médio Oriente e o impacto que poderá ter nos custos da energia, em particular tendo em conta a posição do Irão como produtor de petróleo.

Depois de o “Wall Street Journal” ter noticiado o envolvimento do Irão na preparação do ataque do Hamas a Israel do passado fim-de-semana, “as sanções dos Estados Unidos contra o Irão podem apertar”, o que teria um impacto na cotação do petróleo, apontou António Costa Silva à margem da conferência anual da Associação Portuguesa da Energia, em Lisboa.

António Costa Silva lembrou que o Irão está a colocar no mercado mais de três milhões de barris por dia, o que torna aquele país uma peça importante no equilíbrio da oferta e procura do mercado petrolífero global.

“As tensões geopolíticas estão aí. E estão a crescer. Hoje ninguém respira de alívio com as incertezas existentes. Vivemos em grande incerteza na envolvente externa”, comentou ainda o ministro da Economia, quando questionado pelos jornalistas sobre as projeções do Orçamento do Estado, que assume um valor de referência para o petróleo de 80,9 dólares por barril em 2024. O banco de investimento Goldman Sachs admitiu esta quinta-feira que a cotação do Brent poderá chegar a 105 dólares num cenário de agravamento da tensão no Médio Oriente.

“Vamos atrair um ou dois grandes fabricantes de baterias”

Na intervenção que marcou o encerramento da conferência da Associação Portuguesa da Energia, o ministro da Economia sublinhou a oportunidade de Portugal captar investimento na transição energética.

“Estou convicto de que vamos atrair pelo menos um ou dois grandes fabricantes mundiais de baterias”, afirmou António Costa Silva, acrescentando que o Governo também quer fomentar a criação em Sines de “um hub [plataforma] de energia verde para o transporte marítimo”.

Questionado sobre que investimentos em baterias poderão vir para Portugal, e em que fase estão esses projetos, António Costa Silva não quis entrar em detalhe. É, contudo, conhecido que um dos projetos é o da chinesa CALB, que já iniciou o processo de licenciamento ambiental para uma fábrica de baterias em Sines.

“É impossível continuarmos com o modelo de desenvolvimento económico que temos”, disse ainda o ministro da Economia na conferência, saindo em defesa da aposta nas energias limpas. “Os combustíveis fósseis, pelo seu consumo frenético, têm consequências gravíssimas no aquecimento do planeta”, acrescentou António Costa Silva.

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