Energia

Sueca Corpower instala o seu primeiro equipamento de energia das ondas em águas portuguesas

Cada conversor da Corpower tem uma potência de 300 kilowatts.
Cada conversor da Corpower tem uma potência de 300 kilowatts.
D.R.

A Corpower já instalou, a quatro quilómetros da costa portuguesa, o primeiro de quatro conversores de energia das ondas do projeto Hiwave5, que terá um investimento total de 16 milhões de euros

Sueca Corpower instala o seu primeiro equipamento de energia das ondas em águas portuguesas

Miguel Prado

Editor de Economia

A Corpower, empresa sueca com tecnologia para a exploração de energia das ondas, instalou a primeira unidade à escala comercial do projeto Hiwave5, que prevê o uso de quatro conversores de energia das ondas ao largo de Aguçadoura, próximo de Viana do Castelo.

O equipamento foi transportado de Viana do Castelo para a sua localização, a quatro quilómetros da costa, e já foi ligado à âncora do projeto (instalada há cerca de um ano), bem como à rede elétrica nacional, através de um cabo submarino.

Em comunicado a Corpower informou que o novo equipamento de energia das ondas passará agora por um programa de comissionamento, com a verificação técnica de todas as componentes do projeto, antes de o conversor poder efetivamente injetar energia na rede.

O presidente executivo da Corpower, Patrik Möller, comentou que “este é um grande marco” e “um capítulo muito entusiasmante para a energia marítima”.

O equipamento agora instalado em águas portuguesas tem uma potência de 300 kilowatts (kW), fazendo parte de um conjunto de quatro unidades que, somadas, terão uma potência de 1,2 megawatts (MW). O conversor foi previamente testado em Estocolmo, num simulador.

O projeto Hiwave5, com um orçamento de 16 milhões de euros, está a ser subsidiado pela agência de energia da Suécia e pelo programa Portugal 2020, tendo ainda recebido apoios da Comissão Europeia e de várias entidades privadas, como fundos de capital de risco.

Uma das limitações da aposta na energia das ondas é que se trata de uma tecnologia muito menos madura do que a energia eólica, além de que a potência de cada conversor é muito inferior à dos aerogeradores que vão sendo instalados no mar.

No entanto, os defensores da aposta nas ondas também sublinham que a seu favor esta tecnologia tem o facto de ter um perfil de geração constante, 24 horas por dia, ao contrário da eólica.

No mar Portugal já teve alguns testes de outras soluções de energia das ondas. Atualmente o único projeto de escala relevante é o Windfloat Atlantic, um parque eólico com três torres flutuantes e uma capacidade instalada de 25 MW.

O Governo português pretende ainda este ano lançar o primeiro de uma série de leilões eólicos offshore para adjudicar até 10 gigawatts (GW), ou 10.000 MW, de capacidade eólica no mar.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

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