Energia

PSD questiona ministro do Ambiente sobre risco de degradação das reservas nacionais de gasóleo

PSD questiona ministro do Ambiente sobre risco de degradação das reservas nacionais de gasóleo
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Deputados do PSD querem obter esclarecimentos do ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, sobre se há um risco de degradação das reservas nacionais de gasóleo, em especial as que estão armazenadas na Trafaria, e que valerão cerca de 100 milhões de euros

PSD questiona ministro do Ambiente sobre risco de degradação das reservas nacionais de gasóleo

Miguel Prado

Editor de Economia

O grupo parlamentar do Partido Social Democrata (PSD) apresentou esta segunda-feira na Assembleia da República um conjunto de questões endereçadas ao ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, no sentido de esclarecer se há um risco de degradação e desvalorização das reservas nacionais de gasóleo, com um valor estimado de cerca de 100 milhões de euros.

Nas perguntas dirigidas a Duarte Cordeiro (que será ouvido no Parlamento esta terça-feira à tarde), o PSD cita notícias de março de 2022 que “alertavam para o possível estado de degradação das reservas nacionais de gasóleo”, armazenadas na Trafaria.

O PSD lembra a existência de denúncias segundo as quais desde 2017 não tinham sido tomadas medidas para a rotação das reservas e nota que “as boas práticas internacionais” estabelecem “oito ou nove anos como limite para o armazenamento estável do gasóleo, após o qual se oxida e degrada”.

“Importa esclarecer se estas reservas, num valor estimado superior a 100 milhões de euros, continuam em risco de degradação”, apontam os deputados sociais-democratas.

O PSD questiona, por isso, que medidas foram tomadas nos últimos três anos para garantir a rotação das reservas (que são geridas pela ENSE - Entidade Nacional para o Setor Energético), e se estas reservas de gasóleo estão “nas devidas condições” para serem introduzidas no circuito de consumo.

Os deputados querem ainda saber se há um plano de monitorização da qualidade destas reservas, e se há uma avaliação financeira, além de questionarem sobre qual o destino a dar ao gasóleo caso se comprove que as reservas estão degradadas.

Os dados da ENSE relativos ao primeiro trimestre indicam que o país tinha em março um total de reservas petrolíferas de 1,17 milhões de toneladas, dos quais 938 mil toneladas como reservas físicas e 238 mil toneladas em títulos de volumes armazenados no exterior, incluindo Espanha e Itália.

Das reservas físicas há 538 mil toneladas de crude (em Sines) e o restante reparte-se entre gasolina, gasóleo, gás de petróleo liquefeito e fuel. No que respeita ao gasóleo, a maior fatia é armazenada nos depósitos da POL NATO, na Trafaria (139 mil toneladas), havendo ainda reservas em Sines (98 mil toneladas) e Matosinhos (60 mil toneladas).

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