Energia

"Há expectativas inflacionadas sobre o hidrogénio", alerta presidente executivo da EDP

Miguel Stilwell de Andrade, presidente executivo da EDP.
Miguel Stilwell de Andrade, presidente executivo da EDP.
D.R.

No que respeita ao hidrogénio verde “muitos objetivos não são realistas”, afirmou esta terça-feira o presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, apesar de a elétrica estar também a apostar nesta área

"Há expectativas inflacionadas sobre o hidrogénio", alerta presidente executivo da EDP

Miguel Prado

Editor de Economia

O presidente executivo (CEO) da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, considera que globalmente “há expectativas inflacionadas sobre o hidrogénio”. “Muitos objetivos não são realistas”, defendeu o gestor esta terça-feira, durante uma conferência sobre transformação digital promovida em Lisboa pela Siemens e pelo Expresso.

“Dito isto, a verdade é que a EDP está a investir no hidrogénio verde”, reconheceu o CEO da elétrica portuguesa, reiterando, contudo, que falta realismo a algumas das metas apontadas pela União Europeia para 2030, já que esta nova indústria “levará tempo”.

O responsável da EDP defendeu que ainda estão em aberto questões relacionadas com a regulação e o financiamento dos projetos de hidrogénio verde, e sem que estejam esclarecidas esta indústria dificilmente irá acelerar.

“Estamos a ver projetos de 100 megawatts (MW) que poderão estar operacionais em 2026 ou 2027, mas estamos ainda longe de projetos da escala dos gigawatts”, notou Miguel Stilwell de Andrade.

O gestor lembrou, mesmo assim, que a EDP já deu os primeiros passos nesta área, tendo começado já a produzir hidrogénio verde, num projeto de demonstração, no Brasil, além de estar a desenvolver também experiências em Portugal.

No mercado nacional é conhecido o projeto de produção de hidrogénio verde junto à central de ciclo combinado a gás natural do Ribatejo, que visa testar, em pequena escala, a substituição de parte do gás por hidrogénio verde para a produção de eletricidade.

Outro projeto em que a EDP está envolvido é o que a junta à Galp e outras empresas em Sines para instalar cerca de 100 MW de capacidade de eletrólise nos terrenos da antiga termoelétrica a carvão. Parte do hidrogénio que aí será produzido será injetado na rede de transporte de gás natural da REN e outra parte será enviada para a refinaria que a Galp tem em Sines, onde já consome há largos anos hidrogénio mas na sua versão “cinzenta” (obtida a partir do gás natural).

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