Energia

EDP vai vender energia solar à Google nos Países Baixos durante 15 anos

Foto: Getty Images
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A EDP Renováveis conquistou o seu primeiro contrato de longo prazo nos Países Baixos, onde irá construir quatro centrais fotovoltaicas. Parte da energia alimentará as operações da Google durante 15 anos

EDP vai vender energia solar à Google nos Países Baixos durante 15 anos

Miguel Prado

Editor de Economia

A EDP, através da EDP Renováveis, assegurou o seu primeiro contrato de longo prazo nos Países Baixos, num acordo celebrado com a Google para fornecer à tecnológica energia proveniente de quatro novas centrais solares, durante 15 anos.

Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP revela que a Google ficará com parte da eletricidade gerada nas quatro centrais fotovoltaicas, que terão uma capacidade instalada de 40 megawatts (MW). Segundo a EDP, com este contrato a Google irá assegurar mais de 49 gigawatt hora (GWh) anuais de eletricidade verde.

Os projetos devem entrar em operação entre este ano e o próximo, sendo que dois deles, no município de Berkelland, estão já em construção (no relatório do primeiro trimestre a EDP Renováveis indicava já ter em construção 10 MW nos Países Baixos). A estes somar-se-á uma central solar no município de Lochem e uma outra no município de Smallingerland.

“Este acordo, assegurado através da Kronos Solar EDPR, marca o primeiro PPA [contrato de compra e venda de energia] assegurado pela EDPR nos Países Baixos”, indica a empresa no seu comunicado ao mercado.

O administrador operacional da EDP Renováveis com o pelouro da Europa e América Latina, Duarte Bello, lembra que “a Kronos representa uma parte relevante do plano de negócios da EDP Renováveis”.

Este não é o primeiro contrato da EDP com a Google: em abril a empresa já tinha anunciado ao mercado um outro contrato, nos Estados Unidos da América, para o fornecimento de energia solar à gigante tecnológica.

Num comunicado de imprensa divulgado esta quarta-feira pela EDP, o vice-presidente da Google nos Países Baixos, Martijn Bertisen, sublinhou que “a transformação digital e a transformação ecológica andam de mãos dadas”, lembrando que a meta da empresa é descarbonizar o seu consumo energético até 2030.

A EDP Renováveis destaca ainda que os Países Baixos têm “objetivos ambiciosos” em termos de energias limpas, projetando uma capacidade eólica de até 8,5 gigawatts (GW) em 2030 e uma potência solar de 27 GW (muito acima da meta prevista por Portugal para este horizonte, que é de 9 GW). A meta neerlandesa de renováveis na eletricidade em 2030 é de 75% (Portugal tem um objetivo de 80%, tendo o Governo indicado que essa meta será antecipada para 2026).

Salientando que a celebração de contratos de longo prazo “reforça o seu perfil de baixo risco”, a EDP Renováveis refere ainda que até ao momento, já assegurou contratos que garantirão a instalação de 52% dos 17 GW de nova capacidade que pretende construir entre 2023 e 2026.

No final do primeiro trimestre a capacidade instalada da empresa era de 14,8 GW, dos quais 38% na Europa (Espanha e Portugal à cabeça), 49% na América do Norte (com os Estados Unidos da América na liderança), 8% na América do Sul e 5% na região Ásia Pacífico. Por tecnologia, 86% da capacidade operacional é eólica em terra, 2% eólica no mar e 12% energia solar.

Atualmente, além dos Países Baixos a EDP Renováveis está a construir nova capacidade em Portugal, Espanha, França, Polónia, Itália, Grécia, EUA, Canadá, Brasil, Colômbia, Chile e Singapura.

Nota: artigo atualizado às 10h10, com mais informações.

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