Energia

Plataforma europeia de compra conjunta de gás arranca com mais de 80 empresas, incluindo de Portugal

Plataforma europeia de compra conjunta de gás arranca com mais de 80 empresas, incluindo de Portugal
Phil Noble/Reuters

A central de compras de gás natural dinamizada pela Comissão Europeia acolhe até 2 de maio os primeiros registos. Para já inscreveram-se diretamente 76 empresas, além de 11 intermediários. E há várias de Portugal

A plataforma de compras conjuntas de gás natural criada pela Comissão Europeia abriu esta terça-feira, 25 de abril, a sua primeira “janela” para o registo de volumes de procura por parte de potenciais interessados em entrar neste mecanismo centralizado de aquisição de gás. A plataforma registou até ao momento 76 empresas que pretendem entrar nesta central de compras, além de 11 que querem atuar como agregadores de ofertas para terceiros.

Estas empresas, às quais se poderão ainda juntar outras nos próximos dias, terão até ao dia 2 de maio para inscrever na plataforma os volumes de gás natural que pretendem adquirir, para depois serem “casados” com os volumes disponibilizados pelos fornecedores de gás de várias origens (a plataforma veda o acesso a empresas russas, quer fornecedores, quer compradores).

A coleta de volumes junto dos fornecedores de gás ocorrerá em meados de maio.

Segundo sabe o Expresso, entre os países que já têm empresas inscritas na plataforma inclui-se Portugal, com várias empresas já registadas, mas não foi possível apurar quais.

Uma vez feito o cruzamento (na plataforma gerida pela empresa alemã Prisma) entre os volumes pretendidos pelos grandes consumidores e os disponibilizados pelos fornecedores, as duas partes entrarão em negociações diretas. A Comissão Europeia já não terá qualquer intervenção nessa parte.

O objetivo da plataforma conjunta é agregar contratos representativos de pelo menos 15% da procura de gás da União Europeia, ou 13,5 mil milhões de metros cúbicos por ano (é quase o triplo do consumo anual de gás natural em Portugal), devendo cada Estado-membro incentivar as empresas que operam no seu mercado a submeter à plataforma volumes equivalentes a pelo menos 15% das obrigações de armazenamento nacional.

O processo que decorre entre esta terça-feira e a próxima terça, 2 de maio, de recolha da procura das empresas europeias, será repetido a cada dois meses até ao final do ano.

Podem participar na plataforma diretamente empresas cujas necessidades de gás ultrapassem os 300 gigawatt hora (GWh), no caso de gás natural liquefeito, ou 5 GWh, no caso de abastecimento por gasoduto. As empresas que não atinjam esses volumes podem participar indiretamente através de agregadores, que reunirão a procura de vários consumidores industriais. Mas esses agregadores, se chegarem a um acordo para determinado volume e preço com um fornecedor, terão depois de fornecer o gás em condições contratuais similares aos vários clientes que representaram.

O objetivo de Bruxelas é que a União Europeia chegue a novembro com 90% do seu armazenamento de gás preenchido, para enfrentar o próximo inverno. Atualmente, as infraestruturas de armazenamento da Europa estão nos 57%.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas