A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) aprovou uma atualização intercalar das tarifas de eletricidade no mercado regulado, estimando que a partir de abril a fatura média dos consumidores com preços regulados baixe cerca de 3%.
Esta redução decorre de um mecanismo previsto no regulamento do setor elétrico segundo o qual sempre que há um desvio igual ou superior a 10 euros por megawatt hora (MWh) entre as projeções da ERSE para o preço grossista da eletricidade e o custo real no mercado as tarifas reguladas são sujeitas a uma atualização de 5 euros por MWh na componente de energia no sentido do desvio.
Ora, para este ano a atualização da previsão da ERSE para os custos grossistas da ERSE representa um desvio de 73 euros por MWh face à previsão implícita nas tarifas anunciadas em dezembro e que entraram em vigor em janeiro passado. Apesar de o desvio atingir os 73 euros, a revisão em baixa da tarifa de energia dos clientes regulados será de somente 5 euros por MWh, o equivalente a 0,5 cêntimos por kilowatt hora (kWh).
A 15 de junho a ERSE fará nova avaliação dos desvios, e se continuar a existir um desvio superior a 10 euros deverá haver nova atualização intercalar dos preços regulados, mas novamente limitada aos 5 euros por MWh na componente de energia.
Segundo a ERSE, esta revisão em baixa dos preços regulados levará a que uma família com uma potência contratada de 3,45 kVA e um consumo anual de 1900 kWh (que hoje tem uma fatura mensal de 36,6 euros) economize a partir de abril 1,02 euros por mês.
Uma família com uma potência contratada de 6,9 kVA e um consumo anual de 5000 kWh (hoje com uma fatura mensal de 92,4 euros) irá poupar 2,83 euros por mês.
Preços indexados continuam a ser mais vantajosos
Embora a descida em abril seja benéfica para os 988 mil clientes que hoje são servidos pelas tarifas reguladas, a verdade é que as tarifas reguladas continuarão, mesmo com a descida, a ser das mais caras no mercado de eletricidade em Portugal.
Atualmente a tarifa simples de eletricidade no mercado regulado é de 16,24 cêntimos por kWh. Assumindo uma redução de 3%, ou 0,5 cêntimos por kWh, o preço regulado passará para cerca de 15,7 cêntimos por kWh.
Ora, os simuladores da ERSE mostram que atualmente os preços mais competitivos estão no mercado liberalizado (e não no regulado), e dentro deste nos comercializadores com tarifários indexados ao mercado grossista.
De acordo com os simuladores, a oferta indexada da Coopérnico apresenta-se com um custo estimado de 6,93 cêntimos por kWh, a da Luzboa com 6,4 cêntimos por kWh, a da Plenitude com 6,49 cêntimos, e a da YesEnergy com 6,84 cêntimos.
Entre os maiores comercializadores, a Galp está a cobrar 15 cêntimos pelo kWh, a Iberdrola 11,96 cêntimos, a Endesa 11,4 cêntimos e a EDP 13,15 cêntimos.
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