Energia

Líder da EDP acredita que reforma do mercado europeu de eletricidade não afetará a empresa

Miguel Stilwell de Andrade, presidente executivo da EDP.
Miguel Stilwell de Andrade, presidente executivo da EDP.
D.R.

“O sistema de preço marginal não vai mudar na Europa”, declarou o presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, sobre a reforma do mercado elétrico, que será objeto de uma proposta da Comissão Europeia este mês

Líder da EDP acredita que reforma do mercado europeu de eletricidade não afetará a empresa

Miguel Prado

Editor de Economia

O presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, acredita que a reforma do mercado europeu de eletricidade não terá impacto nos negócios da EDP, segundo declarou o gestor esta quinta-feira em resposta a questões de analistas do mercado, na apresentação do novo plano de negócios para o período de 2023 a 2026.

O gestor mostrou-se, aliás, confiante de que a discussão em curso em Bruxelas não levará a uma mudança estrutural do desenho do mercado, acreditando que este continuará a seguir o modelo marginalista, pelo qual todos os produtores que colocam a sua energia no mercado diário são remunerados ao mesmo preço (o valor cobrado pelas últimas centrais e tecnologias necessárias para cobrir a procura em cada período do dia).

“O sistema de preço marginal não vai mudar na Europa”, declarou Miguel Stilwell de Andrade, realçando que “passámos 20 anos a desenvolver o mercado marginalista e a Europa está empenhada em mantê-lo”.

Recorde-se que decorreu até 13 de fevereiro uma consulta pública, promovida pela Comissão Europeia, sobre possíveis alterações ao desenho de mercado no setor elétrico. Essa consulta ajudará a Comissão a preparar a sua proposta de redesenho do mercado, devendo apresentar o documento a 16 de março.

O Governo português já veio defender, neste âmbito, que a Europa promova a adoção de níveis mínimos de contratação de eletricidade por via de contratos de longo prazo e a preço pré-definido, de forma a melhor proteger os consumidores de energia da volatilidade do mercado grossista e de fenómenos como o disparo de custos do último ano e meio.

Sobre o enquadramento político que pode afetar os investimentos futuros da EDP (que quer investir 25 mil milhões de euros entre 2023 e 2026), Miguel Stilwell de Andrade realçou que “seja com o Inflation Reduction Act (nos Estados Unidos da América) ou com o Repower EU (na União Europeia), vemos os governos a avançar com iniciativas nos mercados onde a EDP já opera”.

O Expresso viajou a Londres a convite da EDP.

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