Energia

Fundo soberano de Singapura investe até mil milhões em aumento de capital da EDP Renováveis

Foto: Getty Images
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A EDP Renováveis vai realizar um aumento de capital de mil milhões de euros, a subscrever pelo fundo soberano de Singapura. A operação acontece após já em 2021 a EDP Renováveis ter feito um aumento de capital de 1,5 mil milhões

Fundo soberano de Singapura investe até mil milhões em aumento de capital da EDP Renováveis

Miguel Prado

Editor de Economia

A EDP Renováveis anunciou na madrugada desta quinta-feira, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a intenção de realizar um aumento de capital de cerca de mil milhões de euros, para financiar parte do seu crescimento.

O aumento de capital será subscrito, com um compromisso para a totalidade dos mil milhões de euros, pelo grupo GIC, o fundo soberano de Singapura, que pagará entre 19,25 e 20,5 euros por cada ação da EDP Renováveis.

No comunicado à CMVM a EDP Renováveis, que é detida em 74,98% pela EDP, admite realocar até 150 milhões de euros do novo aumento de capital a um conjunto de investidores qualificados ao mesmo preço que for fixado para o grupo GIC.

O anúncio surge depois de esta quarta-feira a agência Reuters ter noticiado que a EDP Renováveis estaria a sondar potenciais investidores, incluindo fundos soberanos, para entrarem no seu capital.

Na segunda-feira, uma nota de análise do banco de investimento Goldman Sachs apontava em sentido contrário, indicando que a nova política de remuneração acionista da EDP Renováveis provavelmente afastaria a necessidade de um aumento de capital.

Ao anunciar os seus resultados de 2022, com um lucro de 671 milhões de euros (mais 2% que no ano anterior), a EDP Renováveis comunicou também ao mercado a intenção de pôr em prática uma nova política de remuneração acionista, que passa por acabar com a tradicional distribuição de dividendos, e, em vez disso, distribuir direitos sobre novas ações.

Esta solução permitiria à EDP Renováveis reduzir os seus encargos com o pagamento de dividendos, uma vez que o seu maior acionista, a EDP, desde logo assumiu que pretenderia ficar com os direitos (e as ações), e não exigir uma contrapartida monetária por esses títulos. Ao reduzir os encargos anuais com dividendos a EDP Renováveis liberta mais recursos para reinvestir em novos projetos nas várias geografias em que opera.

Atualmente a EDP detém 74,98% da empresa de energias limpas e os restantes 25,02% estão dispersos no mercado, detidos por fundos de investimento, pequenos acionistas individuais, fundos de pensões, entre outros.

Já em 2021 a EDP Renováveis realizou um aumento de capital de 1,5 mil milhões de euros, que ajudou a empresa a financiar o seu crescimento. No final desse ano a empresa portuguesa avançou para a compra da Sunseap, empresa com sede em Singapura que se tornou a porta de entrada do grupo EDP no sudeste asiático.

O novo aumento de capital de mil milhões na EDP Renováveis surge no mesmo dia em que a empresa e o seu maior acionista apresentarão ao mercado o novo plano de negócios para o período de 2023 a 2026.

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