A EDP reviu em alta o seu objetivo de investimentos para os próximos quatro anos, propondo para o período de 2023 a 2026 um investimento global de 25 mil milhões de euros, ao ritmo de 6,25 mil milhões por ano, o que representa um aumento de 30% face ao objetivo do plano de negócios anterior.
O grupo liderado por Miguel Stilwell de Andrade (na foto) apresentará esta quinta-feira ao mercado financeiro, em Londres, a sua estratégia revista, tendo já avançado as principais linhas do novo plano em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Do investimento prometido, 85% irá para energias renováveis e 15% para o negócio de redes. O grupo pretende instalar 4,5 gigawatts (GW) por ano de nova capacidade renovável (um valor acumulado de cerca de 18 GW até 2026), elevando para 33 GW a potência renovável em operação do grupo EDP (sendo que para 2030 a fasquia está nos 50 GW).
A EDP mantém o objetivo de abandonar a produção a carvão até 2025 e de atingir 100% de produção renovável até 2030 (o que a obrigará a desfazer-se, por exemplo, das centrais de ciclo combinado a gás natural que hoje opera).
A EDP pretende alcançar um resultado líquido recorrente de 1,4 a 1,5 mil milhões de euros em 2026, o que implica um crescimento médio anual do lucro de 12% a 14%. No anterior plano de negócios a EDP apontava para a obtenção de lucros de 1000 milhões de euros em 2023 e de 1,2 mil milhões em 2025.
Na nova estratégia a EDP aponta ainda para a obtenção de um EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 5,7 mil milhões de euros em 2026 (crescimento médio anual de 6%), numa base recorrente, depois de ter fechado 2022 com um EBITDA de 4,5 mil milhões, que já bateu a meta que o grupo tinha traçado para 2023, de 4,3 mil milhões de euros.
O novo plano de negócios, agora comunicado ao mercado, contempla também “uma nova política de dividendos, com um rácio de payout [proporção dos lucros distribuídos em dividendos] entre 60-70% e um aumento do dividendo mínimo para 0,20 euros por ação em 2026”. Recorde-se que no plano de negócios apresentado em 2021 a EDP comprometia-se a pagar dividendos de pelo menos 19 cêntimos por ação até 2025.
O Expresso viajou a Londres a convite da EDP.
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