Energia

Goldman Sachs projeta super-ciclo nas renováveis, com maior retorno para as empresas do setor

Goldman Sachs projeta super-ciclo nas renováveis, com maior retorno para as empresas do setor
D.R.

Segundo o Goldman Sachs, as renováveis atrairão investimentos de 2 biliões de euros na próxima década na Europa e nos Estados Unidos. O grupo EDP estará bem posicionado nessa corrida. E os projetos deverão tornar-se- ainda mais rentáveis

Os analistas do banco de investimento Goldman Sachs não têm grandes dúvidas: vem aí um super-ciclo de investimento nas renováveis na Europa e nos Estados Unidos, com necessidades de investimento da ordem dos 2 biliões de euros na próxima década. E essa vaga de projetos deverá ser acompanhada por maiores retornos para as empresas de energia (e para os seus acionistas).

Numa análise publicada esta segunda-feira, o Goldman Sachs projeta que até 2032 o investimento em fontes de eletricidade renovável na Europa e nos Estados Unidos ronde os 2 biliões de euros, mais do que duplicando o ritmo atual, o que deverá suportar um crescimento médio anual do EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 10% a 20% entre as maiores empresas de energias renováveis “durante pelo menos uma década”.

Mais: o Goldman Sachs estima que as cotadas desta área venham a contar com melhores retornos, num quadro de maior concentração do mercado, em que os promotores independentes de projetos renováveis perderão espaço, numa tendência de consolidação.

Os analistas do banco vêem um conjunto de empresas como potenciais beneficiárias desta tendência: EDP, EDP Renováveis, Solaria, Enel, SSE, Iberdrola, Orsted e RWE.

Depois de um período de inflação, encarecendo os equipamentos de energias renováveis, entre 2021 e 2023, o Goldman Sachs acredita que os próximos anos serão pautados por uma aceleração dos investimentos em energias limpas, à boleia não só do Inflation Reduction Act (IRA), nos Estados Unidos da América (EUA), mas também da ofensiva europeia para intensificar a aposta na descarbonização.

A Europa precisará de instalar na próxima década cerca de 900 gigawatts (GW) de nova capacidade eólica e solar, equivalente a investimentos de 1,2 biliões de euros. Já os EUA deverão, à boleia do IRA, adicionar 700 GW de capacidade renovável, com um custo estimado de 675 mil milhões de dólares.

A par com essas oportunidades, o contexto de subida das taxas de juro favorecerá a rentabilidade dos projetos. Se até aqui o Goldman Sachs apontava para este setor uma margem de 150 a 200 pontos-base (1,5 a 2 pontos percentuais) sobre o WACC (sigla para custo médio ponderado do capital), no período de 2024 a 2026 o banco de investimento estima que os projetos de energias renováveis sejam desenvolvidos com uma margem de 200 a 300 pontos-base.

Apesar dessa maior rentabilidade dos projetos, o Goldman Sachs considera que as fontes renováveis continuarão a ter um efeito de deflação nos preços da eletricidade, já que um maior volume de fontes limpas tende a reduzir o preço grossista da energia no mercado, além de que o custo específico das várias fontes limpas (como solar e eólica em terra e no mar) é inferior aos preços atuais dos contratos futuros de eletricidade pela Europa fora.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas