Energia

EDP perde 130 milhões de euros com central a carvão no Brasil

EDP perde 130 milhões de euros com central a carvão no Brasil
NUNO VEIGA

A EDP vai ver as suas contas de 2022 penalizadas em 130 milhões de euros devido ao registo de uma imparidade na EDP Brasil associada a incertezas sobre o futuro da central a carvão do Pecém

Tal como já aconteceu em Portugal no passado, o grupo EDP vai assumir uma imparidade na sua operação no Brasil associada ao negócio das centrais a carvão. Devido a incertezas sobre o futuro da central do Pecém, com 720 megawatts (MW) de potência, a empresa decidiu reconhecer uma perda nas contas de 2022, que terá um impacto negativo estimado em 130 milhões de euros no resultado do grupo EDP do ano passado.

A informação foi avançada pela elétrica esta quinta-feira em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), no qual a empresa nota que “o impacto final está sujeito à aprovação dos auditores externos”, realçando que “este custo contabilístico extraordinário é neutro em termos de cash-flow e de dívida líquida em 2022”.

Localizada no Estado do Ceará, a central de Pecém tem licença de operação até janeiro de 2044, mas o seu contrato de venda de energia está em vigor até julho de 2027.

“O adiamento do leilão de energia A-5 (para novos CAE - Contratos de Aquisição de Energia a partir de 2027), que estava previsto ocorrer em novembro de 2022, e a falta de visibilidade em relação aos próximos leilões de energia no Brasil têm impactado as expectativas das condições económicas da central quando da maturidade do CAE existente”, explica a EDP.

E isso, seguindo as normas de contabilidade, levou a EDP a incorporar a incerteza nos testes anuais de imparidades, obrigando ao reconhecimento de uma perda no exercício de 2022 na empresa que explora a central de Pecém, que é detida pela EDP Brasil, por sua vez detida em 57,55% pelo grupo EDP.

Não é a primeira vez que a elétrica portuguesa sofre perdas com o negócio do carvão. Em 2019 os resultados da EDP foram afetados por imparidades de 297 milhões de euros relacionadas com a perda de competitividade da central a carvão de Sines e de duas termoelétricas a carvão em Espanha.

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