A Confederação do Agricultores de Portugal (CAP) diz que foi com enorme surpresa que tomou conhecimento da existência de um “Manual do Peregrino”, produzido para os participantes da Jornada Mundial da Juventude, que sugere – com base numa “calculadora de medição de pegada carbónica” desenvolvida por entidades totalmente alheias à área alimentar – que os jovens se tornem vegetarianos durante um ano como forma de compensarem as emissões de carbono resultantes da sua deslocação em avião ao nosso país.
Em comunicado divulgado esta quinta-feira a CAP teme que esta recomendação – feita sem qualquer cuidado ou contexto e disponibilizada no “Manuel do Peregrino” – que considera contrária ao direito universal básico a uma alimentação nutritiva e equilibrada, “possa induzir os jovens a adotarem um comportamento alimentar extremo e radical com consequências que podem ser graves para a sua saúde e desenvolvimento físico e cognitivo, sobretudo naqueles que ainda não atingiram a idade adulta”.
Medida “radical e absurda”
“A CAP apela, assim, novamente, à organização da JMJ, desta vez publicamente, para que tome a única atitude responsável e elimine esta sugestão absurda e radical, na documentação que disponibiliza aos peregrinos”, pode ler-se no mesmo comunicado.
Os agricultores consideram que “manter a sugestão de que a adoção do vegetarianismo por um ano compensará emissões produzidas numa viagem de ida e volta de avião, e que isso vai melhorar o ambiente seria de uma enorme irresponsabilidade e representaria uma subordinação incompreensível a uma agenda animalista”.
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