Ações da banca italiana afundam com imposto de 40% sobre lucros excessivos

As ações dos bancos italianos caíram na manhã desta terça-feira a pique na Bolsa de Milão, depois da decisão do Governo de Giorgia Meloni de aplicar um imposto de 40% sobre os "lucros excessivos" gerados pela subida das taxas de juro.

Todas as acções dos bancos caíram.

Por volta das 9:40 locais (08:40 em Lisboa), o Intesa Sanpaolo perdia 7,7%, o Unicredit 6,2%, o Monte dei Paschi di Siena (Mps) 7,3%, o Bper Banca 7,7%, o Banco Bpm 6,7% e o Mediobanca 2,9%, num mercado em baixa de 1,64%.

A Itália tenciona aplicar um imposto de "milhares" de milhões de euros sobre os "lucros excessivos" dos bancos, para compensar o custo para as famílias e as empresas da subida das taxas de juro, anunciou na segunda-feira à noite o vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini.

Este aumento, que fez aumentar significativamente os lucros dos bancos, prejudicou os clientes, que estão a suportar todo o peso da subida das suas taxas de juro, lamentou Salvini, depois de uma reunião do Conselho de Ministros.

"Não estamos a falar de alguns milhões, mas de alguns milhares de milhões. É uma medida de justiça", disse o líder da Liga de extrema-direita, membro da coligação governamental liderada por Giorgia Meloni.

O imposto sobre os lucros excedentários dos bancos, que deverá ser pago até junho de 2024, aplicar-se-á aos exercícios de 2022 e 2023, disse uma fonte governamental à AFP.

A taxa de 40% será aplicada se a receita líquida de juros registada em 2022 exceder o valor do exercício de 2021 em pelo menos 3%.

Este imposto será aplicado à parte excedentária do exercício anterior.

Para os lucros registados em 2023 em comparação com 2022, o limiar a partir do qual o imposto será cobrado aumenta para 6%.

Os bancos italianos, tal como os seus concorrentes europeus, viram as suas receitas líquidas de juros aumentar na sequência da subida das taxas de juro, sem no entanto aumentarem os juros pagos nas contas dos seus clientes.