Distribuição

Eleições: "há um grito de mudança grande", afirma a presidente executiva da Sonae

Cláudia Azevedo, na apresentação de contas da Sonae de 2023
Cláudia Azevedo, na apresentação de contas da Sonae de 2023
Rui Duarte Silva

“É importante que os partidos sintam que as pessoas votaram assim porque a política não trata da sua vida”, afirma a presidente executiva da Sonae, Cláudia Azevedo. Grupo vai contestar imposto sobre lucros excessivos

“Há um grito de mudança grande”, afirmou Cláudia Azevedo, presidente executiva da Sonae, na reação ao resultado das eleições legislativas. “Tentando não me meter muito em política, acho que as pessoas no domingo mostraram uma vontade muito grande de que as coisas mudem”, declarou na apresentação de contas do grupo esta quarta-feira.

“É importante que haja estabilidade, mas também é importante que os partidos sintam que as pessoas votaram assim porque as políticas aplicadas até hoje não trataram da sua vida”, comentou a gestora.

“Ninguém gosta de justiça lenta. Na educação, nem pais nem professores gostam da escola neste estado, na saúde temos de nos entender (…). Não há razão para os partidos não se entenderem em causas fundamentais”, acrescentou a presidente executiva do maior empregador privado em Portugal, com 47 mil trabalhadores diretos, o que corresponde a 4,8% da mão de obra do sector privado no país.

Admitindo que um cenário em que o país esteja sempre a ir às urnas “é uma preocupação”, sustenta que “preocupa ainda mais a falta de política para o futuro de Portugal” e, por isso, deixa um apelo: “Por favor entendam-se”.

“As pessoas votaram a dizer isto: estamos fartos de politiquices e queremos políticas de futuro”, afirma.

“Portugal precisa de crescer”

Sobre a carga fiscal, deixou também críticas: “Em Portugal, a carga fiscal sobre as empresas e as pessoas é excessiva”. E no caso da taxa sobre os lucros extraordinários da distribuição, “ainda faz menos sentido”, declarou na apresentação de contas de um exercício em que a Sonae registou lucros de €357 milhões e tem €1,3 milhões a pagar no âmbito da contribuição temporária sobre lucros excessivos.

“Não reconhecemos esse conceito e vamos naturalmente contestar”, precisou João Dolores, administrador financeiro da Sonae.

“Se investimos €600 milhões, é óbvio que vamos ter mais lucros. Taxar o desenvolvimento de empresas portuguesas não faz sentido. Pelo contrário”, comentou a gestora, para sublinhar que “são as empresas que criam riqueza e emprego e Portugal precisa de crescer se não não cria riqueza”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mmcardoso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate