Distribuição

Lucro da Jerónimo Martins cresce 59% no primeiro trimestre

Pedro Soares dos Santos, presidente executivo da Jerónimo Martins, teve em 2022 uma remuneração bruta de 3,7 milhões de euros
Pedro Soares dos Santos, presidente executivo da Jerónimo Martins, teve em 2022 uma remuneração bruta de 3,7 milhões de euros
TIAGO MIRANDA

O resultado líquido da retalhista aumentou nos primeiros três meses do ano para os 140 milhões de euros. A margem bruta corrigiu ligeiramente para os 6,6%

O lucro da Jerónimo Martins no primeiro trimestre aumentou 59,1% para os 140 milhões de euros, face a 88 milhões de euros no período homólogo, anunciou esta quarta-feira, 26 de abril, a retalhista em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A margem bruta foi salvaguardada pela retalhista sediada em Portugal e com presença nos mercados polaco e colombiano. A margem bruta caiu ligeiramente no primeiro trimestre para os 6,6%, face a 6,7% no primeiro trimestre de 2022, "refletindo a pressão sobre a margem bruta exercida pelo investimento em preço realizado por todas as insígnias de retalho alimentar", segundo a retalhista.

As receitas subiram 23,4% para os 6804 milhões de euros, face a 5513 milhões de euros no trimestre homólogo.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) cresceu 20,1% para os 446 milhões de euros, quando há um ano se tinha cifrado nos 372 milhões de euros.

“O Grupo registou uma forte dinâmica de arranque de ano, alavancada no momentum positivo das vendas, apesar de, nos primeiros três meses de 2023, o consumo se ter mantido pressionado pelos efeitos da inflação. Ainda assim, importa referir que os comparativos face ao ano transato tornar-se-ão mais exigentes a partir do segundo trimestre de 2023, à medida que a comparação se faça com valores de 2022 que incorporaram aumentos de preços alimentares progressivamente mais intensos”, ressalva a retalhista.

A retalhista mantém as perspetivas para 2023 enunciadas na apresentação de resultados de 2022, no final de maio, mas alerta que “o foco de todas as insígnias nos volumes como forma de impulsionar o crescimento do EBITDA em valor, num contexto de inflação nos custos, deverá, no entanto, continuar a pressionar a margem EBITDA em percentagem de vendas”.

A Jerónimo Martins reafirmou também o investimento “em linha com o concretizado em 2022 – cerca de mil milhões de euros - dos quais cerca de 45% na Polónia”.

Margem nacional inalterada

Em Portugal, onde opera com as insígnias Pingo Doce e Recheio, “o consumo revelou-se pressionado pelo aumento generalizado de preços e registou-se uma acentuada aceleração da tendência de trading-down no retalho alimentar”, isto é, os consumidores estão a optar pela compra de produtos semelhantes e mais baratos perante a escalada dos preços.

No segmento grossista (Cash & Carry) “o sólido desempenho do sector do turismo continuou a impulsionar o crescimento do canal HoReCa”.

As receitas do Pingo Doce subiram 9,4% para os 1,1 mil milhões de euros, ao passo que as do grossista Recheio aumentaram 29,2% para os 295 milhões de euros.

No mercado nacional, o EBITDA foi de 77 milhões de euros, uma subida homóloga de 13,5%. A margem bruta foi de 5,6%, inalterada face há um ano. “Enquanto no Pingo Doce a margem EBITDA desceu 13 pontos-base na sequência do forte investimento em preço e do impacto do trade-down, no Recheio a margem subiu, seguindo a tendência associada à recuperação da alavancagem operacional”, detalha.

Citado no comunicado, Pedro Soares dos Santos, presidente e administrador-delegado da Jerónimo Martins, reconhece que “a inflação alimentar mantém-se alta nos três países onde operamos e continua a pressionar a confiança do consumidor e o poder de compra das famílias”. E ressalva que “embora o ambiente de consumo evidencie sinais de deterioração, principalmente na Colômbia, a sua evolução dependerá da trajetória da inflação alimentar, dos preços da energia e dos combustíveis, e do comportamento das taxas de juro.”

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